Numa discussão que começou com Sebastião Bugalho, a propósito da criação de uma dívida conjunta no setor militar, Marta Temido acabou por ser desmentida em direto pelo candidato da AD quando disse que o PPE “sempre foi contra a mutualização da dívida”. Segundos depois, no debate desta noite, na SIC, a que se juntaram, pelo IL e pelo Livre, João Cotrim de Figueiredo e Francisco Paupério, Temido admitia que o PEE possa defender a mutualização da dívida para a defesa, mas “não para uma política de habitação, uma política social. Obviamente que não vamos investir em armas não investindo noutras prioridades, designadamente em casas”, disse.
Bugalho respondeu logo depois e classificou com falsa a afirmação de que o PPE é contra a emissão de dívida conjunta. Porquê? “Porque foi uma presidente da Comissão Europeia do PPE que conseguiu pela primeira vez aprovar a emissão de dívida conjunta no Next Generation EU em resposta à pandemia”, justificou.
A afirmação do cabeça de lista pela AD às europeias de junho é verdadeira. Em 2021, aconteceu a primeira emissão conjunta de dívida para financiar o “Next Generation EU”), que foi aliás altamente elogiada pelo Governo socialista (primeiro por João Leão, ex-ministro das Finanças, e mais tarde por António Costa)
O mecanismo, cunhado por Ursula von der Leyen, cabeça de lista do PPE às eleições de junho e presidente da Comissão Europeia desde 2019, foi o grande empurrão para o financiamentos dos PRR aos vários Estados-Membros.
Segundo o então ministro das Finanças, “o arranque do NextGenerationEU reafirma o forte compromisso da União Europeia para uma recuperação sustentável, verde e digital. O dia de hoje é um marco para a nossa história europeia, pela solução sem precedentes de resposta comum à crise. A emissão de hoje dá-nos a garantia de que o dinheiro vai começar a chegar às economias muito em breve, o que juntamente com a aprovação dos primeiros Planos de Recuperação já no decorrer desta semana, permitirá aos Estados-Membros começar a implementar os investimentos e reformas necessárias para a recuperação económica”.
Já António Costa, em março deste ano, elogiou o mandato de Von der Leyen e que a primeira emissão de dívida conjunta foi “um programa fundamental para salvar milhões de empregos em toda a Europa“.
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