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Debates Europeias. Sebastião Bugalho: “O PPR também foi conseguido com a emissão de dívida conjunta”

União Europeia
O que está em causa?
Este é já o segundo debate em que Sebastião Bugalho fala sobre a emissão de dívida conjunta (tinha-o feito frente a Marta Temido na SIC), mas desta vez com novas informações: de que também o PRR foi conseguido através desse mecanismo. É verdade?
© Carlos M. Almeida/Lusa

Sobre fundos europeus, um dos temas mais presentes no frente a frente desta tarde na rádio Observador entre João Cotrim de Figueiredo e Sebastião Bugalho, os dois cabeças de lista distanciaram-se um do outro, mas Bugalho tentou aproximações noutras áreas, nomeadamente no que às defense bonds diz respeito.

Quando Bugalho defendeu a criação de um pacote de apoio financeiro às comunidades envelhecidas e aos lares sem condições, Cotrim não conseguiu ser desfavorável à ideia. Mas discordou da forma como a AD a quer implementar: com fundos europeus. “Subscrevo totalmente o intuito desta ideia e depois discordo totalmente de que devam ser os fundos europeus a fazê-lo. Devem ser os Governos nacionais (…) Há algumas soluções da AD que parecem atribuir à Europa poderes de financiamento central, como a emissão de defense bonds, que é dívida mutualizada e que vai ter que ser paga”, defendeu o liberal, logo interrompido por Bugalho: “Mas o PRR também foi assim.” E é verdade.

Em 2021 aconteceu a primeira emissão conjunta de dívida para financiar o “Next Generation EU”), que foi aliás altamente elogiada pelo Governo socialista (primeiro por João Leão, ex-ministro das Finanças, e mais tarde por António Costa). O mecanismo, cunhado por Ursula von der Leyen, cabeça de lista do PPE às eleições de junho e presidente da Comissão Europeia desde 2019, foi o grande empurrão para o financiamentos dos PRR aos vários Estados-Membros.

Segundo o então ministro das Finanças, “o arranque do NextGenerationEU reafirma o forte compromisso da União Europeia para uma recuperação sustentável, verde e digital. O dia de hoje é um marco para a nossa história europeia, pela solução sem precedentes de resposta comum à crise. A emissão de hoje dá-nos a garantia de que o dinheiro vai começar a chegar às economias muito em breve, o que juntamente com a aprovação dos primeiros Planos de Recuperação já no decorrer desta semana, permitirá aos Estados-Membros começar a implementar os investimentos e reformas necessárias para a recuperação económica”.

Segundo o portal da Comissão Europeia, o PRR é a “peça central do NextGenerationEU – o plano da UE para emergir mais forte e resiliente da crise atual” e é através desse mecanismo que a Comissão “arrecada fundos, com a emissão de títulos em nome da UE”.

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UE

Este artigo foi desenvolvido pelo Polígrafo no âmbito do projeto “EUROPA”. O projeto foi cofinanciado pela União Europeia no âmbito do programa de subvenções do Parlamento Europeu no domínio da comunicação. O Parlamento Europeu não foi associado à sua preparação e não é de modo algum responsável pelos dados, informações ou pontos de vista expressos no contexto do projeto, nem está por eles vinculado, cabendo a responsabilidade dos mesmos, nos termos do direito aplicável, unicamente aos autores, às pessoas entrevistadas, aos editores ou aos difusores do programa. O Parlamento Europeu não pode, além disso, ser considerado responsável pelos prejuízos, diretos ou indiretos, que a realização do projeto possa causar.

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Avaliação do Polígrafo:

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