“Portugal é um país que tem baixos índices de produtividade, mas isso não é culpa do trabalhador nem da trabalhadora portuguesa, porque vemos no Luxemburgo, país da Europa que tem dos mais altos índices de produtividade, 25% da força de trabalho ou perto disso é constituída por imigrantes portugueses“, afirmou Rui Tavares, líder do Livre, no debate de hoje frente a Inês Sousa Real, do PAN, transmitido na RTP3.
Na perspectiva do porta-voz do Livre, o problema da produtividade em Portugal “tem que ver com modelos de gestão, tem que ver com má alocação de capital”.
A alegação sobre o Luxemburgo tem fundamento?
De acordo com os últimos dados do Eurostat, no que respeita à produtividade laboral – por pessoa empregada e hora de trabalho, medida em Paridade de Poder de Compra (PPS) -, Portugal subiu de 76,6% da média da União Europeia em 2022 para 80,5% em 2023. E passou assim da 20.ª para a 18.ª posição entre os Estados-membros da União Europeia.
Apesar de ter baixado circunstancialmente em 2020, por exemplo, a produtividade em Portugal tem vindo a aumentar ligeiramente: em 2019, último ano pré-pandemia de Covid-19, estava em 76,4% da média da União Europeia.
De qualquer modo, o facto é que se mantém quase na cauda da União Europeia. Importa também salientar que estes dados do Eurostat não incluem três países: França, Croácia e Malta.
Quanto ao Luxemburgo, está na 2.ª posição, com 149,8% – ou seja, muito acima da média da União Europeia. Superado apenas pela Irlanda que regista 200,3%.
O Grão-Ducado tem uma população de cerca de 672 mil pessoas, das quais 90.727 (13,5%) de nacionalidade portuguesa. Ao que acrescem mais alguns milhares de luxemburgueses com segunda nacionalidade portuguesa.
Mais especificamente quanto à força de trabalho, consiste em cerca de 500 mil pessoas, incluindo mais de 200 mil trabalhadores transfronteiriços que residem em países vizinhos.
Não sendo possível confirmar a percentagem exata, tendo em conta as variáveis, os dados de que dispomos apontam para mais de 20%. Como Tavares ressalvou que será “25% da força de trabalho ou perto disso”, em forma de estimativa, optamos pela classificação de “Verdadeiro“. Até porque todas as outras componentes da alegação estão factualmente comprovadas.
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