Anteontem, no frente-a-frente com Paulo Raimundo, Rui Rocha criticou a abordagem económica do PCP e admitiu mesmo que o programa comunista poderia levar o país à bancarrota. Um ponto particular do documento, que o presidente do Iniciativa liberal considerou ironicamente “extraordinário”, é “uma proposta para abandonar o Euro”. Mas ela de facto existe?
Sim e não é uma novidade. Tal como na proposta eleitoral do ano passado, no programa deste ano o PCP volta a ter um capítulo intitulado “A libertação da submissão ao Euro”.
O partido encara o Euro como uma moeda que “facilita a desvalorização dos salários, a transferência da riqueza produzida em Portugal para o exterior”. Por essa razão, defende que “Portugal precisa de se libertar do Euro e dos constrangimentos da integração monetária” e que essa é uma “condição necessária, embora não suficiente, para o desenvolvimento soberano do País”.
O partido destaca ainda que o País precisa de uma “moeda adequada à realidade e às potencialidades económicas do País, aos seus salários, produtividade e perfil produtivo, que concorra para os promover ao invés de os desfavorecer”.
Para o PCP, a recuperação da soberania monetária “representaria a conquista de um enorme campo de manobra” e o “país deve encará-la como um processo, eminentemente político, a ser cuidadosamente preparado, para garantir o pleno aproveitamento das vantagens e a minimização dos seus custos”.
______________________________
Avaliação do Polígrafo: