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DEBATES 2025. Rui Rocha: “A produtividade portuguesa caiu, tem caído, não tem acompanhado a evolução que devia”

Política
O que está em causa?
Apontando para o "desígnio" de "aumentar os salários em Portugal", o líder do Iniciativa Liberal defendeu que as empresas "precisam de crescer", mas contrapondo que "a produtividade portuguesa caiu, tem caído". Examinamos os últimos dados do Eurostat sobre a produtividade laboral.

“Nós temos uma luta tremenda, tem que ser um desígnio para esta legislatura, de aumentar os salários em Portugal. Não podemos continuar a viver com salários de 1.000 euros. E isso significa que temos de fazer tudo o que for possível para atrair investimento estrangeiro”, declarou Rui Rocha, líder do Iniciativa Liberal, no debate de hoje frente a Rui Tavares, do Livre.

Ainda nesse ponto, acrescentou: “Nós temos uma economia de baixo valor acrescentado. Nós temos empresas micro, pequenas, médias que precisam de crescer. A produtividade portuguesa caiu, tem caído, não tem acompanhado a evolução que devia.”

Confirma-se?

De acordo com os últimos dados do Eurostat, no que respeita à produtividade laboral – por pessoa empregada e hora de trabalho, medida em Paridade de Poder de Compra (PPS) -, Portugal subiu de 76,6% da média da União Europeia em 2022 para 80,5% em 2023. E passou assim da 20.ª para a 18.ª posição entre os Estados-membros da União Europeia.

Apesar de ter baixado circunstancialmente em 2020, por exemplo, a produtividade em Portugal tem vindo a aumentar ligeiramente: em 2019, último ano pré-pandemia de Covid-19, estava em 76,4% da média da União Europeia.

Confrontada pelo Polígrafo com estes dados, fonte oficial do Iniciativa Liberal explicou que “foi indicado que a produtividade tem caído, contudo, o objetivo era indicar a forma como a produtividade se tem mantido baixa, nomeadamente, face à média europeia e praticamente estagnada”.

“Reconhecemos que as estimativas estão a indicar o crescimento da produtividade entre 2021 e 2023, contudo, permanecemos um dos países com mais baixa produtividade da Europa”, sublinhou.

De facto, apesar da ligeira subida, mantém-se quase na cauda da União Europeia. Importa também salientar que estes dados do Eurostat não incluem três países: França, Croácia e Malta.

Pelo que optamos pelo selo de “Impreciso“, até porque Rocha acabou por dizer que “não tem acompanhado a evolução que devia”, como que tentando corrigir a primeira parte da alegação.

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Avaliação do Polígrafo:

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