“Não precisamos de aumentar a despesa em armamento até ao limite que neste momento a Comissão Europeia exige que são os 3% do PIB, o que significa duplicar a despesa de quatro para oito mil milhões de euros. Isto é um Orçamento da Educação“, disse Mariana Mortágua esta noite, no frente-a-frente com Rui Rocha.
Tem razão?
Sim, e na realidade até sobraria dinheiro. De acordo com o Orçamento do Estado para 2025, a despesa para a educação aumentou 6,8%, para um total de 7,47 mil milhões de euros, o que corresponde a um acréscimo de 477,5 milhões de euros em relação ao ano passado.
Segundo a agência Lusa, 78,4% do orçamento é destinado a “despesas com pessoal”. Devido à valorização de carreira e recuperação do tempo de serviço dos professores e da contratação de pessoal docente, o Executivo previu gastar 5,85 mil milhões em salários.
De acordo com as estimativas divulgadas no relatório anual do secretário-geral da Aliança Atlântica, no ano passado, Portugal terá investido 1,46% do PIB em despesas militares, o que equivale a cerca de quatro mil milhões de euros. O país ficou, assim, abaixo da meta de 2% do PIB, e à frente de apenas cinco outros países membros da NATO: Canada (1,45%), Eslovénia (1,37%), Luxemburgo (1,30%), Bélgica (1,29%) e Espanha (1,24%).
“Não vamos de repente achar que a produção de armamento vai salvar Portugal, quando o país foi incapaz de fazer os investimentos que tinha a fazer em áreas que são para nós prioritárias”, sublinhou a bloquista no debate.
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