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DEBATES 2025. Mariana Mortágua: “O Bloco de Esquerda nunca propôs a saída do Euro”

Política
O que está em causa?
No frente-a-frente com o porta-voz do Livre, Rui Tavares, a coordenadora do Bloco de Esquerda sublinhou que o seu partido nunca propôs a saída do euro. Contudo, no passado chegou a defender a necessidade de preparar o país para a saída do euro.

Esta segunda-feira à noite (14 de abril), no debate frente-a-frente com o porta-voz do Livre, Rui Tavares, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, sublinhou que “o Bloco nunca propôs a saída do Euro”.

Não tendo feito, formalmente, uma proposta nesse sentido, a posição do partido nem sempre foi constante em relação à saída (ou não) da moeda única europeia. Houve até situações em que o partido ou respetivos dirigentes assumiram posições concordantes com a possibilidade de saída.

Em janeiro de 2017, em entrevista ao “Público“, a então coordenadora do partido, Catarina Martins, defendeu: “Depois do que acontece na Grécia, qualquer país europeu que se leve a sério deve estar preparado para o fim do euro ou para sair do euro.” Questionada sobre se a posição do Bloco era próxima da do PCP, a coordenadora do BE disse que “o país não deve limitar a sua economia ou destruir a sua capacidade produtiva em nome de uma moeda, que é um problema e não um instrumento da economia”.

A 26 março desse ano, numa resolução pela Mesa Nacional do partido defendia-se que “para recuperar a capacidade democrática do nosso país sobre a economia e a finança é urgente preparar o país para o cenário de saída do euro ou mesmo de fim do euro.”

No ano anterior, numa convenção do BE, Francisco Louçã – que na altura já não liderava o partido – tinha afirmado, em declarações ao ” Observador“: “Acho que o euro é prejudicial à economia portuguesa. (…) Fomos os únicos economistas em Portugal a fazer as contas, dizendo às pessoas que têm uma solução muito difícil. Mas a pior de todas é continuarmos a matar o país. Por isso é preciso pensar na saída do euro.”

A posição contrastou com a que manifestava, segundo o “Expresso”, em 2011. E também com a que manifestou, em janeiro de 2018, numa entrevista ao “Jornal Económico“, quando defendeu que era “perigoso” para Portugal “um cenário de dissolução da moeda única”.

Assim sendo, e apesar de não se ter feito uma proposta formal no sentido de pedir a saída de Portugal do euro, a posição dos representantes do partido em torno da questão do euro foram oscilando, tendo o partido chegado a defender a necessidade de preparar o país para um cenário de saída do euro  “ou mesmo de fim do euro”.

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Avaliação do Polígrafo:

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