“Não podemos ter um discurso de apelar e de sermos justiceiros em relação às outras bancadas, mas depois não arrumamos a nossa própria casa”. Inês Sousa Real digiria-se a André Ventura, esta segunda-feira no debate da rádio, que acabou por responder com um caso bastante conhecido do partido de Sousa Real: “A Cristina Rodrigues está a ser julgada porque a Inês Sousa Real e o PAN fizeram uma queixa.” É verdade?
Em agosto de 2020, o PAN apresentou uma queixa-crime contra desconhecidos devido a um “apagão informático” que resultou na eliminação de emails das contas do partido. Posteriormente, o partido indicou que, no decurso do inquérito, foi possível apurar o alegado envolvimento da deputada não-inscrita Cristina Rodrigues, eleita pelo PAN, nos atos de sabotagem informática.
Numa nota enviada às redações em novembro de 2021, o PAN esclareceu que não fez queixa contra Cristina Rodrigues, mas que foi da queixa-crime contra desconhecidos que o nome da atual deputada do Chega veio a público.
Agora acusada pelo Ministério Público pelo crime de dano informático, o julgamento de Rodrigues não tem origem direta na queixa do PAN. A deputada da extrema-direita nega qualquer envolvimento no caso e disse mesmo que poderia estar em causa a prática de um crime de denúncia caluniosa por parte do PAN.
Em suma, embora o PAN tenha apresentado uma queixa que, segundo o partido, levou à identificação de Cristina Rodrigues como alegada autora dos atos de sabotagem informática, é impreciso afirmar que esta esteja a ser julgada por causa de uma queixa feita especificamente por Inês Sousa Real e pelo PAN.
______________________________
Avaliação do Polígrafo: