“Já que estamos a falar de aliados, ainda hoje, no ‘Expresso’, quando lhe perguntam qual é o seu líder internacional de referência, André Ventura disse Salvini. Salvini é este homem que está aqui na Praça Vermelha com uma t-shirt de Vladimir Putin. O seu líder de referência tem como referência Vladimir Putin”, acusou esta noite Rui Tavares, no debate transmitido pela SIC Notícias que juntou o presidente do Livre ao líder do Chega.
“É falso isso”, reagiu Ventura, depois de Tavares ter mostrado uma fotografia de Matteo Salvini com uma t-shirt com a cara de Vladimir Putin. E, ao contrário do que garantiu Ventura, não estamos perante uma falsidade.
Em outubro de 2014, Salvini tomou um café com Vladimir Putin. Estavam os dois na reunião da ASEM, em Milão, e o encontro durou cerca de vinte minutos, como relatou o próprio Salvini, à data, no Facebook.
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“Vinte minutos de um encontro cordial e construtivo com Vladimir Putin. Falámos de imigração, de paz, das empresas italianas, de valores comuns, de uma outra Europa possível. Em 2014 há diálogo, nem as guerras nem as sanções ameaçam”, escreveu Salvini.
Cinco anos depois, em abril de 2019, Matteo Salvini voltava a encontrar-se com Putin, desta vez sob os olhares atentos de jornalistas que investigavam há meses as ligações entre Salvini e a Rússia. Em julho do mesmo ano, a confirmação surgiu através da Buzzfeed News, onde está também a fotografia que junta Salvini a Putin e ao vice-primeiro-ministro italiano Luigi Di Maio.
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As diversas investigações sobre o financiamento da extrema-direita europeia não impediram Salvini de continuar a mostrar o seu apoio a Putin, tendo-o feito já depois do início da invasão russa na Ucrânia. Em março deste ano, o líder italiano levou consigo uma camisola com a cara de Putin (que de resto já tinha usado) e foi até à localidade polaca de Przemyśl, a apenas dez quilómetros da fronteira com a Ucrânia.
De acordo com a Buzzfeed News, já por várias vezes que o líder da Lega pediu para que as sanções da União Europeia visando a Rússia fossem retiradas, ao mesmo tempo que descrevia a anexação da Crimeia como legítima, mesmo tendo visitado a região ilegalmente ocupada em 2016. Salvini também criticou a NATO e a resposta coordenada da UE ao ataque a Salisbury por agentes da inteligência militar russa em março de 2018.
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