Por diversas vezes no debate desta noite, o secretário-geral do PS acusou o líder do PSD de não responder às perguntas que lhe foram sendo feitas e, no seguimento de uma afirmação lançada por Luís Montenegro que acusou o PS de ter “baixado os braços na economia”, Pedro Nuno Santos atirou à “grande ambição” da AD.
“Começa a ser uma marca deste debate, o doutor Luís Montenegro não responder às perguntas. Não respondeu como é que se chega aos 1.750 euros [de salário médio]. Agora reparemos na grande ambição do PSD. Então propõe-se a atingir os 1.750 euros de salário médio em 2030 quando já hoje está previsto no Acordo de Rendimentos entre trabalhadores, patrões e Governo atingirmos os 1.750 em 2027″, sublinhou o líder do PS.
Montenegro sublinhou então que o objetivo era “na legislatura“. Mas o que está afinal no seu programa?
No programa da Aliança Democrática para as eleições legislativas de 2024 aponta-se como uma das metas, no âmbito de políticas sociais, trabalho e Segurança Social, “aumentar o salário mínimo nacional para 1.000 euros, em 2028, e aumentar o salário médio para 1.750 euros, em 2030, com base em ganhos de produtividade e diálogo social.”
Quanto ao Acordo de Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da Competitividade, assinado em 2022 e reforçado em outubro de 2023, este prevê “aumentar em +3 pontos percentuais o peso relativo das remunerações no PIB, face ao valor pré-crise (2019: 45,3%), convergindo com a média europeia”. Ou seja, garantir “um aumento de cerca de 20% do rendimento médio por trabalhador entre 2022 e 2026.”
Não há nada que aponte para um aumento de salário médio para 2027, como indicou Pedro Nuno Santos.
Em resposta ao Polígrafo, o gabinete do secretário-geral do PS explicou as contas: “O ponto de partida é a remuneração média bruta por trabalhador declarada à Segurança Social em novembro de 2023 (média 12 meses, últimos dados conhecidos). Assumimos os referenciais do acordo de médio prazo para os anos de 2024 (5%), 2025 (4,7%) e 2026 (4,6%) e equivalente nos dois anos seguintes (4,5% e 4,4% em 2027 e 2028, respetivamente). Com base nestes pressupostos, chegamos aos cerca de 1.750 em 2027.”
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Avaliação do Polígrafo: