No debate transmitido esta noite na SIC, ecoando os ministros das Finanças das últimas décadas, tanto de Governos do PS como do PSD, Pedro Nuno Santos perguntou a Paulo Raimundo “quanto é que custa?” Referia-se a uma série de medidas defendidas pelo PCP e chegou mesmo a fazer cálculos de muitos milhares de milhões de euros de despesa fixa anual.
Por seu lado, Raimundo contrapôs que o líder do Iniciativa Liberal lhe tinha feito a mesma pergunta em debate anterior. E posteriormente, depois de o adversário assumir a necessidade de “continuar a reduzir a dívida pública”, embora “sem intensidade desnecessária”, o secretário-geral dos comunistas insistiu na “questão dos salários”. Isto é, “como é que as pessoas conseguem viver” com salários tão baixos.
“Esta é que é a grande questão, e não é para amanhã, é hoje. Nós temos 3 milhões de trabalhadores em Portugal que ganham até 1.000 euros de salário bruto por mês. Mais de 800 mil ganham o salário mínimo nacional. Este é que é o problema para resolver agora”, afirmou Raimundo.
Os números indicados têm fundamento?
de acordo com os últimos dados de “Gestão de Remunerações” da Segurança Social (pode consultar aqui), referentes a novembro de 2023, no que respeita ao trabalho dependente de pessoas singulares com remunerações base declaradas por mês e residentes em Portugal, regista-se um total de 4.108.719 pessoas singulares.
Deste universo, 2.770.194 trabalhadores, entre os quais 1.329.185 do sexo feminino e 1.441.009 do sexo masculino, figuram nos escalões de remuneração base (a 30 dias) até ao valor de 1.000 euros.
Ou seja, o número de trabalhadores que ganham até 1.000 euros de salário bruto por mês, de acordo com os dados mais recentes, está próximo dos 3 milhões evocados por Raimundo.
Quanto ao número de trabalhadores que auferem o salário mínimo nacional, no segundo trimestre de 2023 ascendia a 838.111 (20,8% do total). Também um número próximo do indicado no debate desta noite.
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