Poucas horas antes, o PS tinha apresentado o programa eleitoral, incluindo novas medidas para o setor da Habitação. Questionado sobre essa medidas no debate desta noite frente a Mariana Mortágua do BE, na SIC Notícias, o líder do PCP começou por notar que “elas têm todas em comum duas questões”.
“A primeira é a não resolução dos problemas de fundo. E a segunda – que é uma coisa extraordinária – que é deixaram de fora de todo o esforço que preciso fazer, sempre, os fundos imobiliários e a banca. Esta é que é a questão grossa. Então nós estamos confrontados com a banca com 12 milhões de euros de lucros por dia? Só isto? E as pessoas todas apertadas, não conseguem aguentar as suas prestações”, afirmou Paulo Raimundo.
“Nós pagamos todos os dias, sai dos nossos bolsos, qualquer coisa como 6,5 milhões de euros por dia em comissões, taxas e taxinhas e coisas desse tipo”, acrescentou.
Este último número tem sustentação factual?
Em 2021, tal como o Polígrafo verificou na altura, apurou-se que os cinco principais bancos que operam em Portugal cobraram, em média, cerca de 5,3 milhões de euros por dia em comissões, no período entre janeiro e setembro de 2021. Posteriormente surgiram os dados referentes à totalidade do ano de 2021, resultando num valor médio de 6,4 milhões de euros por dia em comissões.
Em 2022, o valor médio aproximou-se dos 7 milhões de euros por dia, mas em 2023 terá baixado ligeiramente, pelo menos de acordo com os dados referentes ao período entre janeiro e setembro.
Não estando ainda disponíveis os dados referentes à totalidade do ano de 2023, não é possível calcular um número exato.
De qualquer modo, tendo em conta a média dos últimos anos, ao que acresce o facto de estes dados corresponderem apenas aos cinco maiores bancos (o número será sempre mais elevado, ao abranger os outros bancos), validamos a alegação de Raimundo com o selo de “Verdadeiro“.
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Avaliação do Polígrafo: