Mariana Mortágua foi questionada, no debate da rádios que juntou sete dos oito partidos com assento parlamentar (Chega não compareceu alegando questões de agenda), sobre o desempenho da procuradora-geral da República e, sublinhando a necessidade de “diálogo com o povo“, lembrou que o problema da Justiça vai muito além disso.
“Portugal aplica das penas mais altas da Europa, e, portanto, um excesso de penas face a outros países. Tem 20% da população prisional em prisão preventiva, um excesso de prisão preventiva, e uma Justiça demasiado cara e demasiado demorada”, defendeu a coordenadora do Bloco de Esquerda. Confirma-se?
Quanto aos 20% de população prisional em preventiva, a bloquista tem razão. De acordo com os últimos dados da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, referente à primeira quinzena de fevereiro de 2024 (pode consultar aqui), regista-se atualmente uma taxa de 21,8% de reclusos em prisão preventiva.
Mais especificamente, de um total de 12.201 reclusos, contabilizam-se 2.067 a aguardar julgamento mais 556 a aguardar trânsito em julgado.
Ou seja, uma percentagem que até supera os 20% apontados por Mortágua, assegurando assim o carimbo “verdadeiro“.
______________________________
Avaliação do Polígrafo: