O tema “educação” – ausente dos debates até hoje – surgiu mais ou menos a meio do confronto entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, esta noite, em direto do Capitólio. O presidente do PSD lembrou um número – 25% de alunos do ensino secundário no privado -, mas o socialista quis corrigir: “Luís Montenegro aparenta estar preparado mas não está. Precisamos de estudar um bocadinho para sabermos os que são esses tal 20% de alunos do secundário. Mais de metade desses 25% é ensino profissional.”
Montenegro diz que não: “Acha? Não é, não.” E Pedro Nuno lança o desafio: “Posso estar errado, faça-se o fact-check.” Quem tem razão?
É certo que, de acordo com os últimos dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), compilados na Pordata, 24,9% dos alunos matriculados no ensino secundário em 2022 estavam registados em instituições de ensino privado.
Apesar disso, nem todas as instituições de ensino privado são colégios privados. De acordo com o “Perfil do Aluno” de 2021/2022, eram apenas 9,7% do total de alunos aqueles que frequentavam cursos científico-humanísticos em instituições independentes do Estado.

Entre cursos com Planos Próprios, cursos artísticos especializados, cursos profissionais, entre outros, estava o resto da fatia. O ensino “alternativo” é, na sua grande parte, financiado por instituições totalmente independentes do Estado. Exceção à regra são os chamados “CEF”, com 14% dos alunos no ensino público e 86% em ensino privado dependente do Estado.

Segundo o documento, em 2022 frequentavam cursos científico-humanísticos no ensino privado um total de 23.038 alunos, ao passo que 57.637 frequentavam, no ensino privado, outros cursos profissionais. Montenegro não tem razão.
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