O debate desta noite entre Chega e Aliança Democrática (AD) aqueceu quando André Ventura questionou diretamente Luís Montenegro sobre a mudança de posição face ao seu partido, tendo em conta o acordo feito nos Açores. “Sabe o que é que mudou nos Açores?”, questionou o social-democrata. “Sei, nós duplicamos a votação”, provocou Ventura.
Montenegro tinha outra teoria – “O Chega e o PS juntaram-se para derrubar o Governo” -, mas Ventura contestou: “Está enganado. Vocês não cumpriram o acordo. Quem é que duplicou os votos nos Açores? Foi o Chega, não foi a AD.” A discussão subiu de tom precisamente neste momento, quando o líder da Aliança reforçou que “quem ganhou as eleições foi a AD”, apesar de o líder do Chega continuar a insistir.
A.V: “Sim, mas quem é que foi o único partido que cresceu?”
L.M: “Foi a AD”
A.V: “Ah, o Chega não cresceu mais do que a AD?”
L.M: “Não, não cresceu. Em votos não cresceu. Por acaso não cresceu”
A.V: “Não cresceu mais que a AD? O Chega duplicou os votos, mas…”
L.M: “Não. Em termos de votos não cresceu.”
Quem tem razão?
Os cálculos oficiais, de resto publicados hoje pela Comissão Nacional de Eleições, mostram que, mais de três anos depois das últimas eleições nos Açores, o Chega aumentou o número de votos de 5.262 em 2020 para 10.627 em 2024, ou seja, uma subida de 5.365 votos.
Quanto à AD, que em 2020 tinha arrecadado (soma dos três partidos que concorreram individualmente nesse ano) 43.363 votos, a coligação conseguiu nas eleições de janeiro um total de 48.672, ou seja, mais 5.309. A diferença é pequena, mas vale o carimbo de “falso” a Luís Montenegro.
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Avaliação do Polígrafo: