No frente-a-frente entre PAN e Chega, ontem à noite na RTP3, André Ventura frisou que, no que diz respeito à habitação, o Chega propõe “o crédito bonificado para os jovens”, mas “não é só”. “Percebemos que há uma questão de rendimentos em Portugal”, referiu, justificando o facto de os jovens terem que emigrar “por causa de orçamentos aprovados pelo PAN e pelo PS”.
“Temos de perceber porquê: porque faltam rendimentos, porque se comparam com os seus colegas espanhóis e italianos”, argumentou Ventura. Inês Sousa Real, por sua vez, lembrou: “Infelizmente temos cada vez mais jovens a emigrar e 30% já estão lá fora.” Confirma-se?
Sim. De acordo com as principais conclusões do “Atlas da Emigração Portuguesa” do Observatório da Emigração, lançado no dia 16 de janeiro, citadas pelo jornal “Expresso“, é verdade que “30% dos jovens que nasceram no país estão atualmente a viver fora”.
Rui Pena Pires, coordenador científico do Observatório da Emigração, indicou que “feitas as contas, extrapolando esse número para o universo de países para onde os portugueses emigram e comparando com a população residente em Portugal com essas idades”, esse é o número de jovens entre os 15 e os 39 anos que se encontram emigrados.
Em termos nominais, são mais de 850 mil. O pico de emigração deu-se entre 2010 e 2019, ou seja, durante todo o Governo de Passos Coelho e os quatro anos do Governo da ‘geringonça’.
Nesses nove anos, mais de um milhão e meio de pessoas emigraram. Atualmente, cerca de 2,3 milhões de portugueses vivem fora e 70% dos que partem têm entre 15 e 39 anos.
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