“No Euro 2020, a UEFA (Associação Europeia de Futebol) ordenou que todos os capitães de Seleção usassem faixas ‘OneLove’”, lê-se numa publicação partilhada recentemente no Facebook, dando conta de que tal braçadeira, que reproduz a bandeira arco-íris, estaria a ser usada pelos atletas “como símbolo” em homenagem à comunidade LGBTQ+.
Porém, acrescenta a mesma fonte, “o capitão de Portugal, Cristiano Ronaldo, foi o único capitão europeu que não usou a faixa”, tendo usado uma outra, em alternativa, com a inscrição “Respect” (“Respeito”, em português).
Mas será que a narrativa tem fundamento?
Não. A várias plataformas de fact-checking internacionais – como o “Politifact” e a Reuters – a UEFA assegurou que não tinha exigido aos capitães das diferentes seleções em competição para que usassem essa braçadeira em solidariedade para com o movimento LGBTQ+. Segundo a informação avançada pelo segundo dos meios de comunicação citados, a associação desportiva disse, inclusive, que tal não passavam de “fake news”.
Aliás, através de uma pesquisa no Google não é possível identificar qualquer notícia que indique que a UEFA teria imposto tal regra no decorrer dessa competição – apenas artigos que desmentem, precisamente, essa alegação.
Não existindo qualquer imposição nesse sentido, seria impossível que Cristiano Ronaldo estivesse em incumprimento. Além disso, fotografias captadas pela Reuters mostram que outros capitães – como o britânico Harry Kane e o italiano Giorgio Chiellini, entre outros – também não usaram a referida braçadeira arco-íris no decurso desta competição.
Ora, mas por que razão terá o capitão germânico Manuel Neuer usado tal adereço durante jogos do Campeonato Europeu de 2020? Na verdade, a iniciativa não teve qualquer relação direta com a campanha “One Love”, tendo sido uma ação de solidariedade para com a comunidade LGBT+ no decurso do mês de junho, considerado o mês do Orgulho LGBT+. Algo que fez, de facto, em jogos da Alemanha a contar para a fase de grupos do Euro 2020 – precisamente contra Portugal, mas também França.
Recorde-se, ainda assim, que a campanha “One Love” foi lançada pela Federação de Futebol dos Países Baixos no início da época futebolística de 2020, com o objetivo de condenar todas as formas de discriminação.
Depois disso, outras seis nações anunciaram a sua intenção de aderir à iniciativa no contexto do Campeonato do Mundo da FIFA no Qatar – país onde as relações entre pessoas do mesmo sexo são ilegais – que decorreu em 2022.
Porém, após a FIFA ter ameaçado distribuir cartões amarelos a qualquer jogador que use a braçadeira multicolorida – em alternativa à habitual braçadeira de capitão –, os capitães dessas sete seleções anunciaram que, afinal, não levariam a sua ideia avante.
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Avaliação do Polígrafo:
