“O que contam: Miúdo imigrante de 9 anos foi vítima de linchamento pelos seus colegas racistas que odeiam minorias. O que não contam: A escola CEPAC é uma escola para imigrantes e refugiados. Os miúdos que lhe bateram são também imigrantes. Ajudem a expor a agenda da imprensa de culpar Portugueses por tudo. Partilhem”, lê-se num dos “tweets” partilhados esta tarde sobre o caso conhecido esta manhã que envolve uma criança nepalesa e colegas numa escola lisboeta.
A primeira notícia, divulgada pela Renascença, dava conta de que uma criança de nove anos, de nacionalidade nepalesa, foi agredida “com violência por outros colegas numa escola de Lisboa, no início deste ano”. A denúncia, feita agora, partiu da diretora executiva do Centro Padre Alves Correia (CEPAC), que contas ligadas à extrema-direita e à narrativa anti-imigração garantem ser uma escola para refugiados e migrantes.
Esta teoria é totalmente falsa, mas esse facto não impediu que o conteúdo esteja a ser partilhado de forma viral nas redes sociais a que estes grupos mais recorrem: X, Facebook e Telegram. Na verdade, o caso, que aconteceu há cerca de dois meses e que envolveu vídeos da agressão partilhados nos grupos de WhatsApp das crianças, deu-se numa escola lisboeta, cujo agrupamento não foi ainda divulgado.
O CEPAC, que surge na notícia da Renascença porque a família da criança está integrada neste centro, é na verdade uma instituição sem fins lucrativos que presta auxílio a imigrantes e refugiados, sobretudo aos oriundos dos países de África. Não é uma escola, nem foi lá que aconteceu a agressão. A teoria é, por isso, falsa, e tem na sua base uma interpretação xenófoba que pretende ilibar da autoria do linchamento crianças portuguesas – culpando crianças migrantes.
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