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Covid-19. Cerimónia de abertura dos Olímpicos de 2012, em Londres, previu a pandemia?

Desporto
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Uma das atuações da inauguração do maior evento desportivo do mundo, em 2012, mostra um conjunto de crianças em camas de hospital, rodeadas por profissionais de saúde e um vulto negro gigante, acompanhado de outros mais pequenos, a persegui-los. Nas redes sociais, a performance tem sido apontada como uma premonição da crise sanitária que o mundo atualmente enfrenta. É mais uma das muitas teorias da conspiração colocadas a circular sobre a pandemia.

Enfermeiros e crianças a dançarem à volta de camas de hospital. Ao lado deles, uma figura gigante, vestida de negro, acompanhada por outros vultos mais pequenos, que os perseguem e com eles interagem. Assim é a fotografia que tem, nos últimos dias, circulado nas redes sociais.

Mesmo que não se perceba muito bem o que significa, as legendas das publicações que a partilham ajudam nesse sentido: “Lembram-se dos Jogos Olímpicos de 2012, com uma figura gigante negra e todas as camas de hospital? Começa a fazer muito mais sentido, agora.”

Os posts parecem sugerir que a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres previu a pandemia com que o mundo se viria a debater oito anos mais tarde. Segundo a teoria que circula nas redes sociais, as camas de hospital significam os doentes infetados e internados com Covid-19. Já as figuras negras representarão o vírus e a morte.

Porém, será que a suspeição encontra algum reflexo na realidade, e a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres em 2012 foi mesmo uma profecia da crise pandémica? A resposta é não, tal como dá conta o Politifact, plataforma norte-americana de verificação de factos.

Ainda assim, a imagem que circula nas redes sociais para ilustrar a falsa premonição é autêntica, e mostra um momento da cerimónia de abertura da competição em Londres. A performance em causa envolveu, de facto, um conjunto de crianças e de profissionais de saúde a dançar junto a camas de hospital, em interação com várias outras figuras vestidas de negro, uma delas gigante.

Contudo, a explicação e o significado real da atuação é distinto, e até mais simples, daquele que lhe é atribuído erradamente nas redes sociais. Em bom rigor, a performance foi uma homenagem, simultaneamente, ao Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido e à literatura infantil do país, com figuras associadas à saga Harry Potter e ao filme Mary Poppins. Aliás, o vulto negro gigante que se vê no estádio é Voldemort, da série de fantasia de J. K. Rowling.

Esta explicação é dada no site dos Jogos Olímpicos, que descreve o momento como “uma celebração da cultura e da história britânica“. O mesmo esclarecimento é confirmado no guião da cerimónia, entregue, na altura, aos órgãos de comunicação social.

Em conclusão, é falso que a abertura dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, tenha sido uma profecia da pandemia de Covid-19, pelo facto de uma das atuações ter retratado crianças e profissionais de saúde em torno de camas de hospital, e vultos negros a interagir com eles e a persegui-los. Na verdade, a performance foi uma homenagem ao Serviço Nacional de Saúde britânico e à literatura infantil do Reino Unido, como está amplamente descrito em diferentes documentos.

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:

Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:

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