António Costa discursou durante cerca de uma hora no arranque da “Academia Socialista“, em Évora, esta quarta-feira à noite. Rodeado de jovens, o PM aproveitou o regresso para anunciar políticas de fixação para a “geração mais qualificada de sempre”, mas não ficou por aí. Aliás, não começou por aí: antes de se comprometer a melhorar o IRS Jovem e a devolver as propinas aos jovens que trabalhem em Portugal, Costa recordou uma geração mais velha de portugueses de que foi o seu Governo quem os ajudou durante uma crise inflacionista.
Primeiro, lembrou a quebra no IRS: “Os portugueses pagam hoje menos dois mil milhões de euros de IRS.” Depois, o Serviço Nacional de Saúde (SNS): “Nós [PS] temos muito orgulho de sermos os fundadores do SNS, mas sabemos que há problemas e que o SNS não é um mar de rosas. Por isso, levámos os primeiros anos da nossa governação a reforçar os meios do SNS. Este ano, o orçamento do SNS é 56% superior ao de 2015. É quase o montante inicial da famosa ‘bazuca‘ do PRR. Treze mil milhões de euros.”
Quanto a este último indicador, o PM está correto?
Recuemos ao Orçamento do Estado para 2015, quando se registaram um total de cerca de 7.877 milhões de euros em transferências para o SNS. Oito anos depois, no Orçamento do Estado para 2023, o Governo de Costa aumentou esse valor até aos 12.297 milhões de euros.
A confirmar-se a execução deste montante até ao final do ano, este representa um aumento nominal de 1.868 milhões de euros face a 2021, de 3.269 milhões de euros face a 2019 e de 4.420 milhões face a 2015. Em percentagem, são mais cerca de 56,11%, como afirmou o PM.
Quanto ao Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), o montante destinado a Portugal totaliza os 16,6 mil milhões de euros (13,94 mil milhões são subvenções e 2,7 mil milhões empréstimos). Agora, e depois de uma proposta de reprogramação que Portugal submeteu a Bruxelas, o PRR engordou para os 22,2 mil milhões. Na última semana o Governo fechou as propostas e decidiu que não ia pedir mais um cêntimo a Bruxelas. Em suma, com uma comparação algo inusitada, António Costa apontou para números corretos.
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Avaliação do Polígrafo: