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Costa diz que Braga tem agora “cerca de 94 mil empresas, mais 13% do que em 2015”. É verdade?

Política
O que está em causa?
Pode chamar-se à visita de António Costa a Braga, esta quarta e quinta-feira, uma "escapadinha política". Depois da polémica que envolveu o quase despedimento de João Galamba, o primeiro-ministro cumpriu a agenda que já lhe estava designada e visitou o distrito para falar sobre inovação. Sobre negócios, Costa lembrou que o tecido empresarial já vai em 94 mil empresas só em Braga, mais 13% do que em 2015. Resta saber quantas faliram no mesmo período.

“Braga é um distrito com grande dinâmica empresarial. Neste primeiro dia de ‘Governo + Próximo’ tenho visitado alguns exemplos da excelência empresarial do distrito. Temos hoje cerca de 94 mil empresas, mais 13% do que em 2015″, escreveu esta quarta-feira o primeiro-ministro, no Twitter.

António Costa está em Braga, com grande parte do Governo, para avançar com mais de 90 iniciativas no distrito, relacionadas com inovação, mobilidade e ainda no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Sem grandes falas sobre a polémica que envolveu o seu ministro das Infraestruturas, João Galamba, António Costa preferiu focar-se no crescimento do tecido empresarial. O Polígrafo compara os dados apontados pelo primeiro-ministro com os que revelam o número de falências das empresas desde 2015.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o distrito de Braga (que abrange as regiões do Cávado e Ave) tinha, em 2015, quando António Costa assumiu o cargo de primeiro-ministro, um total de 82.099 empresas de todos os setores. Seis anos depois, já em 2021, último ano com dados disponíveis, esse valor tinha aumentado para 96.243 empresas, ou seja, um crescimento de 17% face ao valor registado em 2015. Com ligeiros desvios, os números estão próximos dos mencionados pelo primeiro-ministro.

Contudo, e olhando agora para as falências/insolvências de sociedades em Portugal durante o mesmo período, verificamos que em toda a região norte do país (o INE não permite afunilar mais a pesquisa) faliram cerca de 7.974 empresas, um número que tem, ainda assim, vindo a decrescer desde o primeiro ano de governação de Costa.

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Avaliação do Polígrafo:

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