No mesmo dia (13 de janeiro) em que uma sondagem da Universidade Católica indicava que o PS estava próximo da maioria absoluta (39%, eventualmente a três deputados de atingir esse desiderato), António Costa e Rui Rio protagonizaram o frente-a-frente televisivo mais aguardado para as legislativas de 2022.

Logo após o debate, nas declarações que fez ainda no Cineteatro Capitólio (Lisboa), o secretário-geral do PS foi questionado sobre o eventual cenário de maioria e os perigos do poder excessivo, respondendo desta forma:

“Felizmente, temos um Presidente que tem todo um mandato que vai cobrir a próxima legislatura, é uma pessoa de quem os portugueses gostam. Alguém acredita que com Marcelo como Presidente da República poderíamos ter uma maioria absoluta que pisasse o risco? Não pisava o risco dois dias, era o primeiro [dia] e acabava.”

Uma semana depois, já com a campanha eleitoral a decorrer, António Costa voltou a colocar uma hipotética maioria parlamentar sob a tutoria do Presidente da República. Desta vez, foi durante o debate das rádios entre os candidatos a primeiro-ministro:

“As pessoas têm receio das maiorias. Os portugueses escolheram um novo Presidente da República. Toda a nova legislatura será exercida no mandato do Presidente. Quem acredita que uma maioria do PS poderia pisar o risco com Marcelo Rebelo de Sousa? Todos sabem que é de outra família política.”

É, assim, verdadeiro que António Costa, nas semanas que antecederam as últimas legislativas, caucionou uma eventual maioria absoluta do PS com o papel vigilante de Marcelo Rebelo de Sousa, garantindo que este não deixaria que uma maioria socialista “pisasse o risco”.

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