Meses depois de ter surgido pela primeira vez, a teoria sobre a existência de um “Partido Islâmico Português” volta às redes sociais. No Facebook, este alegado partido político apresenta-se com o objetivo de “mostrar aos portugueses que a religião muçulmana é uma religião de paz”, mas todas as publicações – desde 2018 – denotam um tom irónico que acaba por se revelar ainda mais nas caixas de comentários.
Em abril deste ano, depois de André Ventura alertar para a existência da página de Facebook, o grupo, que já não publicava nada desde 2019, escreveu o seguinte: “Boa noite caros portugueses seguidores de Allah! Acontece que a nossa página tem vindo a receber alguma atenção ultimamente. Infelizmente há anos tivemos de interromper este projeto, mas estamos de volta, e em maior número do que nunca! Objetivo: um deputado na assembleia em 2018. Allahu akbar!”
Mais tarde, a resposta ao líder do Chega: “O senhor André Ventura não deveria ter medo de nós! Ambicionamos ser um partido democrático como qualquer outro! Desafiamos o Dr. André Ventura para um debate sobre o Islão, os seus valores e a sua aplicação na política! Alá é grande!”
Apesar das certezas agora partilhadas no Facebook, os registos do Tribunal Constitucional e da Comissão Nacional de Eleições são claros: não existe nenhum Partido Islâmico Português. Para mais, segundo a lei dos partidos políticos, “a denominação [de um partido] não pode basear-se no nome de uma pessoa ou conter expressões diretamente relacionadas com qualquer religiãoou com qualquer instituição nacional”, além de que “o símbolo não pode confundir-se ou ter relação gráfica ou fonética com símbolos e emblemas nacionais nem com imagens e símbolos religiosos“.
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Avaliação do Polígrafo: