"Apesar de um clima ameno, um em cada seis portugueses são incapazes de aquecer convenientemente a habitação (equivalente na Espanha e Grécia)", destaca-se num post de 27 de outubro no Facebook que suscitou dúvidas e pedidos de verificação de factos.

Exibe também um gráfico com dados sobre o aumento do custo de vida relacionado com os preços da energia em 2022, em percentagem do consumo médio por habitação, em que Portugal figura com a sexta menor percentagem, abaixo de 5%. No extremo oposto do ranking destacam-se a Estónia, Países Baixos, Itália, Dinamarca, República Checa e Reino Unido, todos acima da fasquia de 10% neste indicador.

Mas centremo-nos na principal alegação sobre a pobreza energética. De acordo com os mais recentes dados do Eurostat, serviço de estatística da União Europeia, recolhidos a partir de um inquérito, cerca de 7% da população dos 27 Estados-membros da União Europeia declarou que não teve capacidade para manter a respetiva habitação adequadamente quente no ano de 2021.

No caso específico de Portugal, essa percentagem foi de 16,4% da população, o que corresponde - de grosso modo - a cerca de 1,7 milhões de pessoas que se encontram em situação de pobreza energética.

Sim, quase um em cada seis habitantes, tal como é indicado na publicação em causa. E muito próximo (não "equivalente") das percentagens registadas em Espanha (14,2%) e na Grécia (17,5%).

Importa ter em conta as acentuadas variações entre diferentes países da União Europeia neste indicador. Enquanto países como a Finlândia, Suécia, Eslovénia e Áustria apresentam percentagens inferiores a 2%, no topo do ranking sobressaem a Bulgária com 23,7%, a Lituânia com 22,5%, o Chipre com 19,4%. Segue-se o já referido trio: Grécia, Portugal e Espanha.

Ou seja, Portugal é o quinto país da União Europeia onde as pessoas têm menos condições económicas para manter as casas aquecidas, isto com base nos dados do Eurostat referentes a 2021.

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