“O Senegal anunciou que vai adotar o árabe como língua oficial, abandonando o francês, a língua que foi trazida pelos seus colonizadores”, lê-se numa publicação partilhada, no início deste mês, na rede social Threads, na sequência da chegada à Presidência de Bassirou Diomaye Faye, no início de abril.
Questiona-se, de seguida, a “razão” por que este país escolheu “o árabe” como idioma oficial “e não o inglês, que é utilizado por alguns países europeus”. E conclui a publicação: “Nós, africanos, não temos línguas que podemos tornar oficiais? Porque é que promovemos as línguas estrangeiras em detrimento das nossas? E depois perguntamo-nos porque é que fomos colonizados.”
Mas será que a alegação tem fundamento?
Enquanto Estado-membro da Organização Internacional da Francofonia, o Senegal tem o francês como língua oficial, à semelhança de países como a Bélgica, Luxemburgo e a Guiné, entre muitos outros.
Sobre a narrativa que dava conta de que esta teria sido uma tomada de decisão recente, resultante da tomada de posse de Bassirou Diomaye Faye como presidente do país, a 2 de abril, uma fonte da presidência do Senegal assegurou à Reuters que a língua oficial do país permanece inalterada.
Aliás, no site oficial do governo senegalês – que, na verdade, continua em francês – não existe qualquer comunicado que sustente a tese de que a língua oficial do país terá sido alterada. Além disso, também não existem, em meios de comunicação social internacionais, notícias que confirmem essa narrativa (apenas artigos de fact checking que o desmentem), pelo que concluímos que se trata de uma alegação falsa.
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