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Confirma-se que a vacina contra a zona é comparticipada em cerca de 50%?

Sociedade
O que está em causa?
O herpes zoster, vulgarmente conhecido por zona, é uma “doença transmissível provocada pela reativação do vírus da varicela”, de acordo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Será que, segundo os resultados de uma pesquisa feita por uma leitora do Polígrafo na Internet, a vacina contra a mesma é comparticipada em cerca de 50%?
© Agência Lusa / Tiago Petinga

“[A] Vacina da zona é 50% comparticipada?”, questionou uma leitora em mensagem enviada ao jornal Polígrafo, citando o resultado de uma pesquisa feita no Google, que remetia para um artigo publicado na Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, em 2020, que continha informação que permitia tal conclusão.

Artigo esse que dava conta do seguinte, a propósito de uma vacina, intitulada Zostavax, que se encontrava “aprovada” para comercialização no mercado português: “De momento a vacina encontra-se indicada para vacinação de doentes com idade igual ou superior a 50 anos, numa base de decisão individual e tem um preço de venda ao público de aproximadamente 142,58 euros, dos quais são comparticipados 74,08 euros, mediante prescrição médica”. Ou seja, de facto, pouco mais de 50%.

Porém, segundo revelou a leitora em mensagem enviada ao Polígrafo, as “farmácias e centros de saúde” dizem que, pelo menos de momento, isso já não acontece. Confirma-se?

Ao Polígrafo, fonte oficial do Infarmed explicou que, depois de ter obtido “autorização de introdução no mercado em 2015”, a Zostavax obteve “decisão de deferimento para comparticipação, em 2018″. Em causa uma “vacina viva” indicada para a “prevenção do herpes zoster (‘zoster’ ou zona) e da nevralgia pós-herpética(NPH) relacionada com o herpes zoster”, sendo destinada à “imunização de indivíduos com 50 ou mais anos de idade”.

A mesma fonte acrescentou ainda que, segundo a “legislação em vigor, a comparticipação das vacinas pelo regime geral de comparticipação é feita pelo escalão C”, isto é, “o Estado suporta 37% do preço do medicamento (PVP), sendo o restante pago pelo utente”. Pelo que seria este o valor de comparticipação a que um indivíduo com o perfil acima indicado teria direito em caso de administração desta vacina.

No entanto, a autoridade do medicamento destacou que “a vacina Zostavax cessou comercialização a nível global” e que, consequentemente, se encontra “atualmente disponível no mercado” uma outra, a Shingrix, “cujo pedido de comparticipação se encontra em avaliação no Infarmed”. Pelo que, de momento, o Estado não suporta qualquer percentagem do custo associado à administração desta vacina.

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Avaliação do Polígrafo:

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