“Vejam esta enorme manifestação ligada à CGTP e à esquerda portuguesa em frente ao Parlamento! Estão mortos e enterrados!!!”, lê-se num tweet partilhado pelo presidente do Chega, André Ventura.
Em causa está uma concentração de trabalhadores convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), pertencente à CGTP, que ocorreu no mesmo dia (quinta-feira – 26 de junho) em que começou a ser discutida no Parlamento uma proposta de um grupo de cidadãos com vista no encerramento do comércio aos domingos e feriados e a limitação dos horários às 22h00.
Mas será que a ação do CESP teve uma adesão tão reduzida como se sugere nesta imagem, em que aparecem apenas sete pessoas?
Filipa Costa, líder sindical do CESP, disse ao Polígrafo que a partilha desta imagem por André Ventura foi uma “tentativa de desvalorizar uma iniciativa que acumulou mais de 20 mil assinaturas” e assegurou que a imagem surge descontextualizada.
De acordo com a responsável, a ação envolveu dinâmica com tribuna, música e um churrasco, o que levou a que as pessoas acabassem, por momentos, por estar mais dispersas. No total, estimou, terão passado pelo local cerca de 200 pessoas, ao longo do dia (11h00 – 19h00) – número inferior ao de assinaturas recolhidas, mas mais expressivo do que aquilo que André Ventura sugere através da imagem que partilhou no X.
Nas redes sociais do CESP estão disponíveis mais fotografias da concentração. A Lusa, que também esteve no local e captou várias imagens, indicou que mais de cem trabalhadores de comércio participaram na ação.
A proposta levada à Assembleia da República acabou por ser chumbada, na sexta-feira- 27 de junho, com os votos contra do PSD, PS, IL e CDS-PP, abstenção do Chega e votos a favor das restantes forças políticas.
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