"No início do mês fizemos aqui em casa alteração do gás de botija. Butano para propano apenas para o esquentador. Hoje foi dia de repor o stock e para meu espanto deparei-me com uma situação no mínimo estranha", começa por se contar numa publicação de 25 de março no Facebook.

De seguida enumeram-se os diferentes preços praticados em três comercializadores: "Pingo Doce da Terrugem, 29,90€ por uma botija; no Continente, o preço é de 31,49€ (por vezes com desconto de 5% em cartão); no posto da Galp na Terrugem custa 32,75€."

"Chamamos a isto inflação ou roubo? Agora temos que andar com os olhos bem abertos", remata.

A fixação de preços no mercado do gás engarrafado é livre? E como é que se explicam diferenças tão significativas entre comercializadores?

De acordo com informação divulgada na página da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), "os preços do gás engarrafado são livres. Contacte os comercializadores para saber quais os preços praticados pelos mesmos. As empresas também podem cobrar uma taxa pela entrega da garrafa de gás, se for solicitada a entrega em casa".

Contactada pelo Polígrafo, fonte oficial da ERSE confirma que, de facto, "os comercializadores podem aplicar o preço que desejam na venda do produto" e aponta vários motivos ou fatores que podem explicar as diferenças de preços.

Desde logo, "os custos de transporte" que "podem variar dependendo da localização da empresa distribuidora e do ponto de venda. Por exemplo, se a empresa distribuidora está localizada mais longe do ponto de venda, os custos de transporte podem ser maiores e isso pode refletir-se no preço final do produto".

Outra variável consiste nos "custos de armazenamento". Na resposta ao Polígrafo, a ERSE indica que "o armazenamento do gás engarrafado também pode ser um fator que influencia o preço do produto. Se o ponto de venda tem custos mais elevados para armazenar o gás engarrafado, isso pode refletir-se no preço final do produto".

  • Preço do pão de água aumentou no Continente duas semanas antes da aplicação do "IVA zero"?

    Assim que o Governo anunciou a isenção de IVA num cabaz de 46 produtos alimentares surgiu uma vaga de publicações nas redes sociais com denúncias de subidas de preços ou comparações entre diferentes supermercados. Num dos casos indicados ao Polígrafo para verificação alega-se que o preço de um saco de cinco unidades de pão de água terá aumentado nos supermercados Continente entre os dias 29 e 30 de março, quando os consumidores já andavam a vigiar as flutuações dos preços na antecâmara da aplicação do "IVA zero". Esta denúncia tem fundamento?

Há ainda a questão da "concorrência entre os comercializadores" que "também pode ser um fator que influencia o preço do gás engarrafado. Por exemplo, se existem vários pontos de venda numa determinada área, a concorrência pode levar a uma redução de preços para atrair mais clientes".

"Resumindo, os comercializadores de gás engarrafado podem aplicar o preço que desejam na venda do produto. E os preços podem variar dependendo de diversos fatores como, por exemplo, os custos de transporte, armazenamento, a concorrência e os custos com a comercialização", sublinha a ERSE.

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Avaliação do Polígrafo:

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