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Cine-Check. Traça do cartaz do filme “O Silêncio dos Inocentes” remete para obra de Salvador Dalí?

Cinema
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
O filme “O Silêncio dos Inocentes”, dirigido por Jonathan Demme, já celebrou 30 anos mas o cartaz continua a suscitar curiosidade. Alega-se que o crânio colocado na traça do cartaz do filme é “feito” de várias mulheres nuas e remete para uma obra de Salvador Dalí. Verdade ou falsidade?

“Em 1951, de uma parceria de Philippe Halsman e Salvador Dalí, resultou uma série de “tableaux vivants” de que faz parte o trabalho “In Voluptas Mors” (qualquer coisa como “o prazer da morte”), a imagem da caveira obtida através do alinhamento e posicionamento de mulheres nuas. Bizarro? Mórbido? Talvez, mas sobretudo o trabalho genial de dois homens que viam para além das aparências. E por falar em aparências, reparem no poster do filme “O Silêncio dos Inocentes”, indica a autora de uma publicação no Facebook.

Duas imagens completam o post: o poster do filme de Jonathan Demme e um detalhe da traça que aparece sobre a boca da jovem do cartaz.

“O crânio no poster do filme ‘O Silêncio dos Inocentes’ (1991) é, na verdade, feito de mulheres nuas. É o ‘In Voluptas Mors’ do Salvador Dali”, afirma também o autor de um tweet, partilhado a 20 de setembro do ano passado. O post tem quatro fotografias: uma do cartaz do filme, outra com a imagem bastante aproximada na zona do crânio e duas fotos da obra de Salvador Dalí.

O filme “O Silêncio dos Inocentes”, de 1991, conta a história de uma jovem agente do FBI, Clarice Starling – interpretada por Jodie Foster – que procura ajuda de Hannibal Lecter, um, assassino canibal que está preso – interpretado por Anthony Hopkins – para apanhar outro assassino em série, Buffalo Bill, que esfola as suas vítimas. O objetivo de Starling é tentar perceber como funciona a mente do assassino que persegue, falando com outro psicopata.

Quanto ao cartaz do filme que se tornou de culto, ao comparar-se as duas imagens, a do poster e da obra de Salvador Dalí, percebe-se a inspiração ou homenagem. De acordo com a professora de Literatura Espanhola, Rebecca Bender, da Universidade Estatal do Kansas, nos EUA, a obra do pintor foi criada em três horas, em 1951, e consistiu na organização de sete mulheres nuas na forma de um crânio. “In Voluptas Mors” (“morte desejável”, em português), foi um trabalho do pintor Salvador Dalí e do fotógrafo Philippe Halsman.

Bender analisou compilações artísticas da forma feminina e do crânio e afirma que “crânio nu” de Dalí e Halsman inspirou capas de revistas, tatuagens e também imagens de filmes. No entanto, a professora não mencionou explicitamente a referência ao filme “O Silêncio dos Inocentes”.

A “Butterfly Conservation”, uma organização sem fins lucrativos, sediada no Reino Unido, dedicada à investigação e preservação de borboletas e traças disse à plataforma de fact-checkingSnopes” que a espécie que aparece no cartaz do filme será uma borboleta-caveira (Acheronthia atropos), sendo que a característica que a define é a mancha branca discal.

“A marcação ‘tipo caveira’ é mais escura, mas esta característica é obscurecida pela sobreposição da fotografia de Philippe Halsman”, concluiu.

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:

Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:

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