- O que está em causa?De acordo com uma suposta "notícia" que se espalhou nas redes sociais, ao nível global, as autoridades da China aguardam pela autorização do Supremo Tribunal Popular para "matar mais de 20 mil infetados" com o novo coronavírus, de forma a evitar uma maior propagação do Covid-19 que tem sido contraído diariamente por "pelo menos 20 profissionais de saúde" naquele país. Verdade ou falsidade?

O site onde foi publicada a informação, "AB-TC City News", é conhecido por propagar informações duvidosas. As plataformas de fact-checking "Snopes" e "AFP Fact Check" já verificaram múltiplas publicações fraudulentas desta mesma fonte. Mortes falsas de celebridades e tweets adulterados são exemplos de alguns dos conteúdos que o site em questão difunde.
Em relação ao coronavírus, no dia 30 de janeiro de 2020, segundo a "Snopes", o mesmo site publicou um artigo no qual se relatava que Singapura já teria 16 casos de pacientes infetados com o novo coronavírus. Até à data, porém, ainda não existia nenhum cidadão daquele país infetado. O Governo de Singapura chegou mesmo a emitir um comunicado através do qual desmentiu tal informação.

"No dia 30 de janeiro de 2020, um site chamado 'City News' publicou um artigo intitulado como 'Alerta: Singapura regista mais seis casos de coronavírus, num total de 16', alegando que cinco singapurenses teriam contraído o coronavírus sem terem ido para a China. Até às 21h de 30 de janeiro de 2020 não há transmissão local do vírus. Todos os casos confirmados são de cidadãos chineses que viajaram de Wuhan", informou-se no referido comunicado.
Mas voltando a centrar o enfoque na publicação sob análise, o facto é que no site do Supremo Tribunal Popular da China não estão agendadas quaisquer discussões sobre a eventual aprovação da execução de infetados com o coronavírus como forma de contenção da epidemia.

Em suma, esta publicação é simplesmente falsa, não tendo qualquer sustentação factual. Embora já tenha sido sinalizada como fake news por várias plataformas de fact-checking, porém, continua a ser partilhada nas redes sociais. Inclusive em Portugal.
Avaliação do Polígrafo:
