O Chega qualifica-se, para já, como o grande vencedor desta noite eleitoral. Com mais de 40 deputados na mira, os problemas com os quadros eleitos começam a surgir, desde logo no círculo de Faro. É que Sandra Ribeiro, a 3.ª deputada eleita no distrito, já apelou à violência contra o Primeiro-Ministro num grupo de WhatsApp.
Em março de 2023, a vice-presidente da distrital de Loulé do partido e deputada na Assembleia Municipal de Loulé escreveu, numa conversa mantida num grupo de dirigentes e militantes do Chega no WhatsApp – denominado como “Chega-Faro Concelhia” -, a que o Polígrafo teve acesso, uma mensagem direcionada a António Costa: “Dêem-lhe com um calhau na cabeça, se faz favor. Nós vamos tratar do [ministro] da Saúde em Loulé.”
O Primeiro-Ministro tinha visitado o Algarve entre 1 e 2 de março. E Sandra Ribeiro não escondia o desagrado. A questão é que uma mensagem desta natureza poderá configurar instigação pública a um crime, tal como explicou ao Polígrafo o advogado Paulo Saragoça da Matta: “Está a fazer apologia pública de um crime, portanto configura um crime ou de incitamento ou de apologia pública a um crime.”
O Polígrafo contactou ainda Sandra Ribeiro que, em primeira instância, afirmou “não fazer ideia” da mensagem. “Estou em milhares de grupos do WhatsApp. Não faço ideia do que se está a referir muito menos à mensagem”, assegurou a vice-presidente do Chega/Loulé.
Num segundo contacto, Sandra Ribeiro afirmou o seguinte: “As nossas preocupações são o estado da Saúde. Às vezes um desabafo deriva desta revolta. Não sei se escrevi essa frase, mas quando entro num hospital e vejo centenas de pessoas amontoadas… Parece que estamos a viver um pesadelo. Isto não é um estado de Direito.” Mas a agora eleita deputada do Chega escreveu mesmo esta mensagem, que parece não ter configurado um entrave à sua entrada na Assembleia da República.
_____________________________
Avaliação do Polígrafo: