“É esta a realidade… O resto são tretas!” Assim se comenta o suposto facto de que “3,4 milhões de trabalhadores em Portugal têm salários brutos entre 800 e 1.000 euros”, destacado numa publicação de 25 de fevereiro no Facebook.
Alegação que motivou pedidos de verificação de factos pelo Polígrafo. Os números indicados têm fundamento?
De acordo com os dados da Segurança Social referentes a 2024, nesse ano registou-se um total de 4.863.707 trabalhadores dependentes em atividade (associados a 5.916.395 vínculos), dos quais 3.425.042 com remuneração base (a 30 dias) entre 801 e 1.000 euros.
Ao que acrescem 288.750 trabalhadores no escalão de 601 a 800 euros e 194.908 no escalão de 600 euros ou inferior, perfazendo um total de 483.658 trabalhadores nesses dois escalões de salários mais baixos.
O segundo escalão com mais trabalhadores – 1.095.712 no total – corresponde ao da remuneração base entre 1.001 e 1.500 euros.
Importa ter em conta que a remuneração base não inclui os subsídios de Férias e Natal, nem impostos ou contribuições para a Segurança Social.
Por outro lado, há que ter em atenção a diferença entre o número de pessoas singulares e o número de vínculos – isto é, um número indeterminado dos 3.425.042 vínculos com remuneração base entre 801 e 1.000 euros poderão corresponder ao mesmo trabalhador.
De qualquer modo, parece ser seguro concluir que cerca de 3,4 milhões (descontando os vínculos das mesmas pessoas) recebem salário bruto de 801 a 1.000 euros.
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Avaliação do Polígrafo:
