"Milhares de novos portugueses a desfilarem em Albufeira. São naturalizados cerca de 200 mil imigrantes e refugiados por ano, enquanto apenas nascem cerca de 80 mil bebés anualmente filhos de pais portugueses, muitos já antes naturalizados", destaca-se num post no Facebook que foi indicado ao Polígrafo para verificação de factos.

"Bebés filhos de pais estrangeiros nascidos em Portugal ao fim de um ano podem obter naturalização portuguesa. Foi de forma semelhante que caiu o Império Romano do Ocidente", conclui-se, em forma de presságio.

De acordo com os últimos dados do Eurostat, gabinete de estatística da União Europeia, em Portugal foram naturalizados 24.516 indivíduos no ano de 2021, a grande distância de países como a Espanha, França, Alemanha e Itália, onde as naturalizações superaram a fasquia de 100 mil.

Desde 2012, o número anual de naturalizações em Portugal tem oscilado entre um mínimo de 18.022 em 2017 e um máximo de 32.147 em 2020. Nunca se aproximou sequer remotamente do nível de 200 mil por ano.

Quanto as bebés que nascem filhos de pais portugueses, o número indicado também não está correto, embora o desvio não seja tão significativo.

De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), compilados na Pordata, em 2022 nasceram 83.671 bebés, dos quais 69.668 de mãe portuguesa e 14.003 de mãe estrangeira.

O número de bebés nascidos de mãe portuguesa tem vindo a decrescer ao longo das últimas décadas. A última vez em que superou a fasquia de 100 mil foi em 2005, com um total de 100.304 bebés.

Neste âmbito, desde 2013 que permanece abaixo de 80 mil e, aliás, em 2021 atingiu-se mesmo o ponto mínimo de 68.772 bebés com mãe portuguesa.

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