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Catarina Martins quer agravar IMI e impor rendas sociais aos senhorios para aumentar RSI?

Política
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
É uma citação atribuída à líder do Bloco de Esquerda, segundo a qual terá defendido "um aumento substancial do Rendimento Social de Inserção (RSI)", baseado na imposição de "regras para rendas sociais aos senhorios ou aumento exponencial do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) no caso de não o fazerem". Verdade ou mentira?

O Bloco de Esquerda ao ataque!” Esta é a frase em destaque no topo da publicação em causa, difundida nas redes sociais, que atribui a seguinte citação a Catarina Martins, líder dos bloquistas: “Para nós não será despiciendo até 2024 o salário mínimo chegar aos 900 euros bem como um aumento substancial do Rendimento Social de Inserção, sem deixar de pensar que deveriam ser impostas regras para rendas sociais aos senhorios ou aumento exponencial do IMI no caso de não o fazerem!”

Esta citação é autêntica ou apócrifa?

O Polígrafo não encontrou qualquer registo público de que tal afirmação tenha sido proferida ou escrita por Catarina Martins. Mais, confirmou junto de fonte oficial do Bloco de Esquerda que se trata mesmo de uma citação falsa ou apócrifa.

No que respeita ao “aumento substancial do Rendimento Social de Inserção”, o facto é que também não encontramos qualquer proposta nesse sentido no “Programa Eleitoral 2019-2023” do Bloco de Esquerda, nem no arquivo de iniciativas dos deputados bloquistas na Assembleia da República durante a presente legislatura.

Por outro lado, o Bloco de Esquerda tem defendido o aumento do salário mínimo nacional, de facto, mas não estabelece qualquer ligação entre esse aumento e a legislação sobre o arrendamento urbano ou a cobrança de IMI pelos municípios.

Ou seja, além de ser falsa, a suposta citação padece de incongruência. Ainda assim está a ser partilhada por centenas de pessoas nas redes sociais.

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:

Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:

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