O primeiro jornal português
de Fact-Checking

Catarina Martins disse que o regimento de Comandos é “fascista” e quer “excomungar o 25 de novembro”?

Política
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
"Está na hora de excomungar a data do 25 de novembro dos livros escolares, bem como acabar com essa instituição fascista e anacrónica dos Comandos", terá afirmado a deputada e líder do Bloco de Esquerda, de acordo com uma publicação que está a circular nas redes sociais. Verdade ou mentira?

A frase é tão polémica que o autor da publicação chega mesmo a insultar Catarina Martins. “Está na hora de excomungar a data do 25 de novembro dos livros escolares, bem como acabar com essa instituição fascista e anacrónica dos Comandos”, terá afirmado a deputada e líder do Bloco de Esquerda, em destaque numa imagem com fundo vermelho.

Catarina Martins 25 novembro

A citação em causa é verdadeira ou apócrifa?

Questionado pelo Polígrafo sobre se Catarina Martins proferiu tal declaração, o Bloco de Esquerda, através de fonte oficial, respondeu com um taxativo “não“.

Também não encontramos qualquer registo público da frase, pelo que concluímos que se trata de uma invenção, ou uma citação claramente falsa.

No que concerne ao regimento ou batalhão de Comandos do Exército Português, contudo, embora nunca tenha dito que é uma “instituição fascista e anacrónica”, o facto é que a líder bloquista já defendeu a sua extinção, num determinado contexto.

Em meados de 2016, após uma reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, Catarina Martins afirmou ser “necessário que, reconhecendo a tragédia, se acabe com o batalhão de Comandos, o qual não deveria ter sido reativado em 2002″, em alusão à morte de dois recrutas nesse mesmoano. “Em 1993 acabou-se com o regimento de Comandos. E bem”, acrescentou.

De qualquer modo, a citação é apócrifa e enganadora, pelo que classificamos este conteúdo como falso.

__________________________________________

Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

Na escala de avaliação do Facebookeste conteúdo é:

Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafoeste conteúdo é:

Partilhe este artigo
Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn

Relacionados

Com o objetivo de dar aos mais novos as ferramentas necessárias para desmontar a desinformação que prolifera nas redes sociais que mais consomem, o Polígrafo realizou uma palestra sobre o que é "o fact-checking" e deu a conhecer o trabalho de um "fact-checker". A ação para combater a desinformação pretendia empoderar estes alunos de 9.º ano para questionarem os conteúdos que consomem "online". ...
Após as eleições, o líder do Chega tem insistido todos os dias na exigência de um acordo de Governo com o PSD. O mesmo partido que - segundo disse Ventura antes das eleições - não propõe nada para combater a corrupção, é uma "espécie de prostituta política", nunca baixou o IRC, está repleto de "aldrabões" e "burlões" e "parece a ressurreição daqueles que já morreram". Ventura também disse que Montenegro é um "copião" e "não está bem para liderar a direita". Recuando mais no tempo, prometeu até que o Chega "não fará parte de nenhum Governo que não promova a prisão perpétua". ...

Fact checks mais recentes

Um vídeo partilhado viralmente nas redes sociais mostra Lula da Silva a afirmar que existem 735 milhões de pessoas que passam fome e garante-se que estava a referir-se exclusivamente ao Brasil. As imagens e declarações são autênticas, recolhidas a partir de uma recente entrevista do Presidente do Brasil ao canal SBT News. Mas referia-se mesmo ao Brasil que, na realidade, tem 3,4 vezes menos habitantes? ...