Em resposta ao deputado Alfredo Maia, do PCP, o qual referiu que “há zonas despovoadas que já nem Caixa Multibanco têm”, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, assegurou que o Governo está “a trabalhar para que todas as freguesias de Portugal possam dispor da capacidade de o cidadão levantar dinheiro e poder fazer um pagamento na sua freguesia”.
Até porque, segundo elaborou o governante esta manhã no Parlamento, “hoje mais de 1.000 freguesias, quase um terço das freguesias de Portugal, não têm acesso a Multibanco”. Um assunto que, garantiu, “dentro de pouco tempo” estará “resolvido”.
Confirmam-se os números indicados pelo ministro?
Um estudo divulgado em 2023 pelo Banco de Portugal, intitulado “Avaliação da cobertura da rede de caixas automáticos e agências bancárias 2022”, elenca o número de freguesias que, no ano indicado, não tinham “pontos de acesso ao numerário”, um meio que “continua a ter um papel fundamental, principalmente para os segmentos da população que dele dependem exclusivamente para realizar pagamentos”, como “os mais idosos, as pessoas com menos escolaridade e menores rendimentos”.
Ora, o documento constata que, em território nacional, “existiam, em 2022, mais de 17 mil pontos de acesso a numerário: cerca de 14 mil terminais, concentrados em torno dos principais centros urbanos e no litoral, e 3,2 mil agências bancárias que prestavam serviços relacionados com notas e moedas”.
Tendo concluído, por fim, que no leque das “3.092 freguesias portuguesas” existentes, “foram identificadas 1.276 sem pontos de acesso à rede, o que corresponde a cerca de 41% do total”. Contas feitas, “nas freguesias sem CA [caixas automáticas] ou agência bancária habitam 740 mil pessoas, ou seja, 7% da população total”.
Ou seja, confirma-se que “mais de 1.000 freguesias” não têm, segundo os dados mais recentes, “acesso a Multibanco”. No entanto, a verdadeira percentagem a que esse número corresponde é, na verdade, um pouco mais elevada do que a citada pelo ministro: 41% e não apenas “quase um terço”.
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