“A Carris, depois do que se passou no bairro da Portela em Carnaxide (um bairro que era calmo antes dos incidentes), acaba de proibir qualquer passagem da sua frota por dentro do bairro, de modo a proteger as suas viaturas, trabalhadores, e passageiros”, informa um “tweet” partilhado a 28 de outubro.
“Mais uma vez famílias inocentes de baixos rendimentos moradores daquele bairro, sofrem por actos de uma minoria preta criminosa. Além de terem as suas viaturas danificadas e algumas totalmente carbonizadas, agora vêem-se sem transportes públicos”, continua o autor da “tweet”, que se baseia numa notícia do jornal “Público” para afirmar que houve uma proibição de passagem da frota da Carris pelo bairro da Portela.
Será assim?
Depois de um autocarro da Carris, que fazia a carreira 714, ter sido incendiado no bairro da Portela, em Carnaxide, a empresa procedeu, efetivamente, a alterações no percurso, como aliás fez questão de publicitar no seu portal online. O Polígrafo pediu por três vezes informações concretas à Carris sobre as paragens que foram temporariamente excluídas da rota, mas a empresa nunca respondeu a esta questão.
Segundo a Carris, “as carreiras 714 e 754 [que passa no Bairro do Zambujal] não foram suprimidas, tendo apenas parte do seu percurso sido ajustado”. A empresa diz ter sido aconselhada pelas autoridades policiais sobre questões de segurança, mas ao Polígrafo a PSP garante que nunca deu indicações no sentido de haver um desvio na rota (que impossibilita os moradores de aceder aos transportes públicos).
A empresa diz agora que o serviço está reposto e que, por esse motivo, foi removida do site a informação quanto às alterações no percurso.
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Avaliação do Polígrafo: