Foi a propósito do primeiro aniversário da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que Carlos Moedas deu uma entrevista, publicada hoje (6 de agosto), ao jornal “Diário de Notícias”, mas a conversa foi muito além desse encontro de jovens de todo o mundo com o Papa Francisco, realizado em 2023. A habitação, onde admitiu subsistirem ainda “muitas necessidades“, acabou por ser um dos temas em destaque.
Sobre essa matéria, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa estabeleceu uma comparação com outras cidades europeias. “Há muitas necessidades, mas se compararmos Lisboa com outras cidades, 12% da nossa população vive em casas da Câmara, tanto em bairros municipais como em património disperso pela cidade. Somos o maior proprietário do país. Não há muitas cidades na Europa em que tantas pessoas vivam em casas municipais”, afirmou Moedas.
A percentagem indicada tem fundamento?
De acordo com a Carta Municipal de Habitação de Lisboa, em 2021 viviam no concelho de Lisboa 545.796 pessoas, “agrupadas em 243 mil agregados domésticos privados”. Dos quase 546 mil habitantes, 61.455 residiam em habitações municipais, o que corresponde a 11,3% da população de Lisboa.
Nesse grupo também há que incluir aqueles que vivem em habitações que não são gerida pela Gebalis, a denominada habitação dispersa. Segundo o mesmo documento, às cerca de 24 mil habitações do património municipal habitacional, somam-se ainda 2.200 casas, “em cerca de 700 edifícios dispersos pela cidade e de escala inferior, numa média de três habitações por edifício”.
Na página da Gebalis informa-se que a empresa municipal gere “66 bairros em Lisboa, de habitação pública municipal, cerca de 23 mil fogos, localizadas nas 24 freguesias da cidade e com uma população residente estimada em cerca de 64 mil pessoas”.
Com base nestes dados, confirma-se que a população residente estimada em casas municipais rondará os 12% indicados por Moedas.
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