“Portugal teve a pior década em termos de construção de habitações desde que há estatísticas, com uma redução de construção de mais de 80% em relação a qualquer década anterior. Uma catástrofe na construção nunca vista que resultou em escassez e subida de preços consequentes”, destacou Carlos Guimarães Pinto numa publicação no X.
Ao Polígrafo, o deputado do Iniciativa Liberal (IL) explicou que recorreu aos Censos e às estatísticas anuais da construção do Instituto Nacional de Estatística (INE), analisando a evolução do parque habitacional a partir de 1981.
De acordo com os Censos, entre 1981 e 1991 o número de alojamentos familiares clássicos aumentou de 3.382.884 para 4.154.967, um acréscimo de 772.083 fogos no parque habitacional. Nas décadas seguintes, o crescimento manteve-se elevado: entre 1991 e 2001 foram construídas 864.458 casas e, entre 2001 e 2011, 840.115.
O INE, no entanto, apresenta valores distintos de casas construídas nestes períodos: 498.775, 877.912 e 788.977 fogos concluídos, respetivamente.
Já na última década (2011–2021), os Censos indicam que o número de alojamentos familiares clássicos aumentou de 5.859.540 para 5.970.677, o que corresponde a um acréscimo de 111.137 fogos . Enquanto isso, os cálculos do INE permitem-nos chegar a pouco mais de 150.000 casas construídas nestes anos.
“A diferença também decorre de haver algumas casas que são inutilizadas ou destruídas entre uns Censos e outros. Ou seja, nessa década podem-se ter construído 150.000 e 40.000 ficaram inutilizadas”, considerou Carlos Guimarães Pinto.
O liberal sublinhou que, embora os números apresentem diferenças – provavelmente devido às metodologias de contabilização -, aquilo que denuncia continua a ser válido. E é verdade. Entre 2011 e 2021 construíram-se menos casas que nas décadas anteriores (a partir de 1981).
A média de construção neste período foi de cerca de 13.700 casas por ano. Registou-se também o pior ano em termos de construção: 2015, com apenas 7.148 fogos concluídas – muito longe das 125.708 conseguidas em 2001 (o melhor ano).
Desde 2022, contudo, tem-se verificado uma ligeira recuperação, com 20.772 casas concluídas em 2022, 23.085 em 2023 e 25.311 em 2024, segundo dados do INE.
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Avaliação do Polígrafo:

