O vídeo é gravado junto ao local onde supostamente estará prevista a construção de uma mesquita, no concelho de Benavente. Projeto que conta com a oposição ativa de Pedro Gameiro, candidato do PS à Presidência da Câmara Municipal de Benavente. É o protagonista do vídeo e começa por dizer que “hoje estamos aqui em frente ao terreno onde a associação Ahmadia do Islão quer fazer uma mesquita na nossa terra“.
Segundo afirma Gameiro no vídeo, “o PS denunciou esta situação a 28 de abril na Assembleia Municipal de Benavente. O PS tem para este terreno um projeto para toda a população: um parque urbano”.
Conclui depois que “o PS está sempre com a população. E para o PS, a mesquita não se fará aqui, nem em lado nenhum no nosso concelho”.
Em causa está o facto de a Associação Ahmadia do Islão ter comprado por 300.000 euros um terreno com 4.436 metros quadrados, situado em frente aos Bombeiros de Samora Correia.
A referida entidade revelou ao jornal “Público” que pretende instalar a sua sede nacional em Samora Correia, uma vez que as suas atuais instalações – em Odivelas – são muito limitadas para a atividade que desenvolve. E explica que os seus edifícios-sede contemplam normalmente uma mesquita, escritórios, biblioteca, instalações desportivas, salas para reuniões e residências para visitantes e para o imã.
O vídeo protagonizado por Pedro Gameiro gerou controvérsia e surpresa, havendo mesmo quem pergunte na caixa de comentários se “tem a certeza que é do PS?”
Contactada pelo Polígrafo, fonte oficial do PS remeteu para o último comunicado da concelhia de Benavente sobre o caso. Nesse texto, o partido esclarece que compreende as preocupações da associação, mas que o” terreno em causa já tinha sido identificado pela anterior equipa autárquica socialista para a construção do parque urbano, por estar praticamente no centro da cidade de Samora Correia, junto à principal (e única) ciclovia e em frente ao quartel dos bombeiros”.
O PS Benavente explica ainda que se opõe à construção no concelho porque considera que os espaços disponíveis no concelho deviam dar lugar a investimentos de maior interesse local e suprimentos de necessidades essenciais.
No entanto, assegura, esta posição não tem que ver com a religião em causa. “Tal como todo o PS, temos um compromisso sem reservas com o pluralismo cultural, a liberdade religiosa e de culto e com dignidade de todas as comunidades. Isso não prejudica, nem prejudicará e este é o caso, a afirmação e concretização das nossas prioridades”.
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Avaliação do Polígrafo: