O vídeo, publicado no YouTube, mostra o plenário da Assembleia Geral da ONU. Começa por ouvir-se uma voz-off, a pedir que sejam evitadas perguntas durante o discurso e a exigir que todas as câmaras sejam desligadas, porque é proibida a gravação do que se sucederá. A voz feminina vai mais longe: quem violar as regras, e transmitir a apresentação, será processado.
Feita a introdução, num tom assertivo, dá-se as boas-vindas a Aliya Prokofyeva, uma alegada especialista em assuntos espaciais. Poucos segundos depois, começa o discurso, na verdade, o anúncio, que tem tanto de fascinante como de aterrorizador.
A oradora diz que em dezembro de 2018 um objeto metálico semelhante a uma pirâmide apareceu sobre o Pentágono, em Washington, nos Estados Unidos. A coisa, que voava, tinha aproximadamente 100 metros e foi avistada a uma altitude de 500 metros.
Aos dois minutos e 28 segundos de vídeo, a lente da câmara é tapada e o discurso interrompido, como se o autor da gravação estivesse na iminência de ser apanhado.
Com o progredir do tempo, a revelação vai continuando a escavar um dos maiores enigmas para o homens, a vida extraterrestre. A NASA teria recebido dados enviados pelo tal objeto. Segundo as palavras da mulher, é possível afirmar que aquilo que foi avistado se trata de uma aeronave. A comandá-la, quase com 100% de certeza, extraterrestres que, ao contrário do que mostram muitos filmes, e contra todos os medos dos humanos, vinham por bem, sem qualquer sinal de agressividade.
Aos dois minutos e 28 segundos de vídeo, a lente da câmara é tapada e o discurso interrompido, como se o autor da gravação estivesse na iminência de ser apanhado, e tivesse de sofrer as consequências, vis, pela violação das regras.
Ora, na avaliação da veracidade da história, só um facto não chumba no teste do polígrafo: a oradora. Aliya Prokofyeva existe, tem 32 anos, e apresenta-se como uma visionária do Espaço. Tanto, que quer criar a primeira cidade fora da Terra.
Nas redes sociais de Aliya é possível confirmar que colabora com a revista Forbes e é conselheira de um projeto da NASA. Porém, é igualmente nas redes sociais que se percebe que a mulher não tem formação académica na área da Astronomia. A graduação passa, antes, pela administração e pelo marketing de moda.
A história começa, assim, a deixar de bater certo e rapidamente passa, por completo, a bater errado. Nas Nações Unidas, não há registo de que esta mulher tenha feito qualquer discurso no plenário da Assembleia Geral. O vídeo em que Aliya aparece foi, afinal, manipulado, a partir de um outro, verdadeiro, do presidente da Turquia, gravado em setembro de 2018, durante uma intervenção na ONU. A descoberta foi feita por Scott Brando, um especialista em detetar embustes relacionados com objetos voadores não identificados.
Colocando o vídeo de Aliya e de Erdogan lado a lado é possível perceber que nada no cenário muda, nem pessoas nem objetos, a não ser o próprio interveniente.
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O embuste pode ter sido executado com recurso a uma tecnologia chamada Chroma Key, usada muitas vezes em televisão, e que consiste em gravar, por exemplo, uma pessoa sobre um cenário verde ou azul, em tonalidades intensas, e, depois, trocar esse cenário por um outro, virtual. Caso tenha sido executado desta maneira, a oradora tem de, obrigatoriamente, estar envolvida no esquema fraudulento, uma vez que teve de gravar o discurso.
Não há registos de qualquer avistamento de um OVNI em formato piramidal sobre o Pentágono”.
Paralelamente, há a possibilidade de Aliya ter sido vítima de uma tecnologia que coloca a cara de uma pessoa noutros vídeos. A hipótese é menos provável, tendo em conta que a manipulação está bastante satisfatória, ao nível da concretização.
Quanto ao facto de as imagens parecerem amadoras, esse é também o resultado da manipulação da gravação verdadeira, captada por câmaras profissionais.
Certo é que, para já, não é possível saber se a entusiasta do Espaço está envolvida, até porque ainda não falou publicamente sobre o assunto. Relativamente ao utilizador que publicou o vídeo falso, este garante não ser o autor, apenas um agente de republicação. Um dos vídeos replicados no YouTube tem mais de 60 mil visualizações.
A última mentira desta história, complexa, é a alegada aeronave. Também não há registos de qualquer avistamento de um OVNI em formato piramidal sobre o Pentágono, a sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
Avaliação do Polígrafo: