“O mundo está a ficar sem encanto e sem censo [Sic] do ridículo. Qualquer dia, as histórias das princesas serão queimadas em praça pública. Então, será o fim do belo e a vitória do grotesco”, comenta-se no post de 8 de fevereiro no Facebook. Exibe uma suposta notícia (ou a imagem do título e destaque) com a seguinte informação: “Disney cede a críticas e exclui anões da Branca de Neve. Filme sofrerá mudanças para evitar ofensas a pessoas com nanismo.”

Verdade ou mentira?
Na origem desta história estão críticas públicas do ator norte-americano Peter Dinklage, celebrizado na série televisiva “A Guerra dos Tronos” (da HBO), dirigidas à Walt Disney Company, por causa da anunciada produção de um remake (em formato live action) do clássico de animação “A Branca de Neve e os Sete Anões” (cuja primeira versão foi lançada em 1937).
De acordo com o jornal britânico “The Guardian” (artigo de 25 de janeiro), Dinklage, que tem uma forma de nanismo denominada como acondroplasia, criticou em conversa com um podcaster o facto de a Disney ter escolhido uma atriz “latina” (Rachel Zegler, nascida em Nova Jérsia, EUA, mas a respetiva mãe tem ascendência colombiana) para o papel principal de “Branca de Neve”, promovendo assim a diversidade étnica (ou “racial”, termo comum na sociedade norte-americana), mas ainda assim voltar a contar uma história anacrónica e pejada de estereótipos sobre os anões.
“Por um lado são progressistas [com a escolha de Zegler], mas estão a fazer na mesma aquela porcaria de história anacrónica de sete anões a viverem numa caverna“, afirmou Dinklage.
A Disney respondeu entretanto às críticas do ator norte-americano, através de um comunicado: “Para evitar o reforço de estereótipos do filme de animação original, estamos a adoptar uma abordagem diferente com essas sete personagens e a receber aconselhamento de membros da comunidade de nanismo. Estamos ansiosos por partilhar mais detalhes à medida que o filme avançar para a produção, após um longo período de desenvolvimento.”
Nesse artigo, a “abordagem diferente” não foi especificada ao ponto de se poder concluir que os “sete anões” da história vão ou não ser removidos na nova adaptação a filme que está em fase de pré-produção.
No mesmo dia, porém, o site norte-americano “TheWrap” (focado na indústria do entretenimento) apurou que a Disney está mesmo a preparar-se para substituir os “sete anões” por um grupo de “criaturas mágicas“, não se sabendo ainda se vão manter os nomes e as características da história original.
Em conclusão, ainda não é um facto consumado, além de não se tratar do filme original de 1937. É um remake que está em fase de pré-produção e confirma-se que a Disney, reagindo a críticas, tenciona substituir os “sete anões” por um grupo de “criaturas mágicas” e evitar a reprodução de estereótipos (sobre os anões) patentes na história original. Mas há que esperar para ver.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
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Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
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