“Uma botija de gás em Portugal custa 35,90 euros. Em Espanha, a mesma botija da mesma marca vendedora custa apenas 16,64 euros. Já em Espanha, a gasolina 95 custa 1,59 euros por litro, enquanto em Portugal, na mesma empresa, tem o custo de 1,80 euros por litro. Claro que isto aqui se justifica por causa dos impostos – estima-se que 60% do valor que pagamos vai para o Estado”, destaca um vídeo partilhado viralmente no Facebook.
Trata-se de uma “diferença de 20 euros em gás e 0,20 euros em combustível, quando o o salário mínimo em Portugal situa-se nos 860 euros e em Espanha nos 1184 euros”.
Mas será mesmo assim?
Sim. De acordo com o Relatório Mensal de Supervisão dos Preços do GPL Engarrafado, relativo a março de 2025, o preço médio praticado em Portugal para botijas de gás butano de 13 kg foi de 34,25 euros.
“Entre o final de 2024 e fevereiro de 2025, os preços eficientes — com e sem margens — do GPL engarrafado registaram, de forma geral, uma trajetória ascendente, refletindo o impacto das cotações nos mercados internacionais”, refere o documento da ERSE.
Em Espanha, segundo a Galp Energia, as botijas de gás butano de 12,5 kg têm um Preço de Venda ao Público Recomendado (PVPR) de 17,67 euros — o que representa, de facto, uma diferença significativa.
Quanto à gasolina 95, o Boletim de Preços UE-27 de Combustíveis, relativo ao 4.º trimestre de 2024, aponta que o preço médio em Portugal era de cerca de 1,70€/L, enquanto em Espanha rondava os 1,50€/L.
A diferença de valores deve-se sobretudo à carga fiscal. Portugal apresenta uma das mais altas da UE-27, com 56% de carga fiscal sobre os combustíveis, o que explica um preço médio de venda cerca de 19,5 cêntimos por litro acima do praticado em Espanha. Este relatório indica ainda que Portugal ocupa a nona posição entre os países da UE com os preços da gasolina mais elevados.
Quando se considera também a diferença entre os salários mínimos – 860 euros em Portugal contra 1.184 euros em Espanha -, os dados reforçam a mensagem partilhada no vídeo nas redes sociais, evidenciando o maior peso dos custos energéticos para os consumidores portugueses.
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