“Ora bem, uma coisa que pode ser já feita por todos para ajudar, tem a ver com as nossas compras. Se olharmos para o código de barras, os primeiros três algarismos representam o país de origem“, começa por se salientar numa das publicações em causa (recolhemos um exemplo em português, mas estão a ser partilhadas mensagens similares, ou parecidas, em várias outras línguas).
“Sempre que os algarismos iniciais forem 460 a 469 significa que são produtos russos, se forem 481 são dos seus aliados bielorrussos. Peço-vos que se abstenham de fazer tais compras. Nem todos podemos estar nas ruas de Kiev de arma na mão, mas todos podemos ajudar na defesa contra a barbárie”, apela-se.
O modelo de código de barras mais comum apresenta um número com oito a 14 algarismos. A GS1 é uma organização sem fins lucrativos que atribui números únicos para códigos de barras, com destaque para os formatos EAN (European Article Number – Número Europeu de Artigo) e UPC (Universal Product Code – Código Universal de Produto) que “são impressos em praticamente todos os produtos de consumo do mundo” e “são os mais antigos e mais amplamente utilizados de todos os códigos de barras”.
A referida organização informa que as empresas têm um prefixo (os três primeiros algarismos) nos códigos de barras que indica o respetivo país de origem, mas “uma vez que as empresas podem fabricar produtos em qualquer parte do mundo, os prefixos GS1 não identificam o país de origem do produto em causa”.
Ou seja, o prefixo aponta para a sede ou registo da empresa, não para a origem do produto. A GS1 disponibiliza uma lista com todos os prefixos atribuídos, desde Portugal (560) até à Rússia (460-469), Bielorrússia (481) ou Ucrânia (482).
Acresce a possibilidade de a empresa que requereu o número de código de barras à GS1 não ser a mesma empresa que fabricou o produto. Em suma, mais rigorosamente, o prefixo identifica o país de origem da empresa que requereu o número do código de barras, não o país de origem do produto, nem o país de origem do fabricante.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Parcialmente falso: as alegações dos conteúdos são uma mistura de factos precisos e imprecisos ou a principal alegação é enganadora ou está incompleta.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é: