- O que está em causa?Em publicação disseminada nas redes sociais alega-se que, na sequência da anunciada decisão de Donald Trump de cortar o financiamento dos Estados Unidos da América (EUA) à Organização Mundial de Saúde (OMS), o empresário Bill Gates tornar-se-á no maior financiador da agência especializada em Saúde da Organização das Nações Unidas (ONU). Verdade ou falsidade?

"Decisão de Trump faz com que Bill Gates se torne no maior financiador da OMS", destaca-se no título da publicação em causa. "Depois de ter por várias vezes ameaçado a OMS, que acusa de ter lidado mal com a pandemia de Covid-19, Trump anunciou a 29 de maio de 2020 que vai efetivamente cortar todo o financiamento do Governo Federal dos EUA à OMS", indica-se no respetivo texto.

"Mas o maior financiador desta organização vai continuar a ser dos EUA. Como é possível? Simples. Antes da retirada do apoio financeiro agora anunciado por Trump, o segundo maior financiador não era um outro Estado que não os EUA, mas sim uma fundação, detida por um cidadão do mesmo país - Bill Gates, o segundo homem mais rico do mundo, depois de Jeff Bezos", conclui-se.
Verdade ou falsidade?
No dia 29 de maio de 2020, Donald Trump, atual presidente dos EUA, anunciou que os EUA vão desvincular-se e cortar o financiamento à OMS, após várias ameaças nesse sentido em período de pandemia do novo coronavírus.
"Vamos terminar a nossa relação com a OMS e redireccionar estes fundos para outras necessidades de saúde pública. O mundo precisa de respostas da China sobre o vírus", declarou Trump, questionando: "Porque é que a China fechou as pessoas infectadas em Wuhan, não as deixando viajar para outros locais da China, mas permitiu que estas pessoas viajassem livremente pelo mundo, na Europa e nos EUA?"
Na página institucional da OMS, consultando os dados referentes ao ano de 2019, verifica-se que os EUA foram os maiores financiadores da agência, com contribuições na ordem dos 650 milhões de dólares (cerca de 580 milhões de euros). O segundo maior financiador foi Bill Gates, através da fundação Bill & Melinda Gates Foundation, tendo contribuído com 520 milhões de dólares (465 milhões de euros).

No dia 1 de junho de 2020, Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, afirmou em conferência de imprensa que "a colaboração e generosidade do Governo dos EUA e do seu povo para o objetivo da saúde global durante muitas décadas foram enormes e fizeram uma grande diferença na saúde pública em todo o mundo. É desejo da OMS que esta colaboração continue".
Sim, caso se confirme a desvinculação e corte de financiamento dos EUA, é provável que a Bill & Melinda Gates Foundation passe a ser o maior financiador da OMS, atendendo aos números registados em 2019. Mas não é um dado adquirido.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações "Verdadeiro" ou "Maioritariamente Verdadeiro" nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
