“Acordem! Bill Gates vai implantar identificações digitais nos recém-nascidos do Quénia”, denuncia-se em letras garrafais sobre um clip de vídeo que está a ser partilhado viralmente no Instagram e outras redes sociais.
O vídeo começa com um aparente debate televisivo sobre o programa de identificação digital do Quénia, em que um dos intervenientes alega que as certidões de nascimento serão substituídas por um sistema de identificação digital que será “de alguma forma implantado em alguma parte dos corpos das pessoas“.
Seguem-se imagens do Presidente do Quénia, William Ruto, a falar sobre o mesmo programa e depois surge Bill Gates a proferir a seguinte declaração: “Estamos a pegar em coisas que são organismos geneticamente modificados e a injetá-las nos braços de crianças pequenas, apenas as injetamos diretamente na veia.”
Esta declaração foi realmente proferida por Gates mas em 2015, há cerca de 10 anos, e o empresário não estava a referir-se ao programa de identificação digital no Quénia. Estava a falar sobre investigação médica de vacinas e organismos geneticamente modificados em África.
De resto, segundo apurou entretanto o PolitiFact, embora o programa de identificação digital no Quénia seja real, sob a denominação “Maisha Namba“, o facto é que não consiste em implantar fisicamente sistemas de identificação nos corpos de bebés quando nascem.
No seu atual formato, o programa consiste em atribuir aos cidadãos quenianos números de identificação digital (de nove dígitos), cartões físicos e identificação digital, utilizando dados biométricos e impressões digitais. O objetivo passa por facilitar o acesso a serviços administrativos em formato digital.
Não há qualquer iniciativa de implantar dispositivos físicos, não passa de uma mentira difundida nas redes sociais.
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Avaliação do Polígrafo:
