“Este satânico diz estar a injetar organismos geneticamente modificados nas veias de crianças”, pode ler-se numa publicação, datada de 21 de junho.
No vídeo divulgado pelo mesmo utilizador, que conta com um excerto de uma conferência em que Bill e Melinda Gates participaram, ouve-se a seguinte declaração: “Empresas não se importam com medicamentos onde alguns possam ter efeitos colaterais. Precisaríamos de testes de segurança? Estamos a injetar coisas que são organismos geneticamente modificados e injetamo-los nos braços das pequenas crianças. Injetamos diretamente na veia.”
Mas será verdade?
A conferência, na qual participaram Bill e Melinda Gates, ocorreu no dia 22 de janeiro de 2015, em Bruxelas, na Bélgica. O casal defendeu a utilização de organismos geneticamente modificados (OGM) em plantações no continente africano como forma de combater a fome. Durante o evento, o empresário utilizou o processo de testes de segurança de medicamentos como analogia para apoiar os testes de segurança para culturas de OGM.
No entanto, o vídeo que circula nas redes sociais foi editado de forma a que pareça que Bill Gates estava a promover a ideia de injetar vacinas com OGM em crianças, o que não é o caso. Além disso, a legenda foi alterada, acrescentando a palavra “empresa” que não existia no discurso original.
“A analogia mais forte é com os medicamentos. Há algo com que nos preocuparmos com os medicamentos, pois alguns deles podem ter efeitos secundários? Precisamos de testes de segurança? Estamos a pegar em coisas que são organismos geneticamente modificados e injetando-as nos braços de crianças; injetamo-los diretamente nas veias. Então, sim, acho que devemos ter um sistema de segurança“, ouve-se no vídeo original.
Em suma, além de o vídeo ter sido adulterado, Bill Gates não se estava a referir a vacinas. O fundador da Microsoft sublinhou sim a importância de submeter OGM a testes de segurança, um procedimento comum no caso dos medicamentos.
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