Na sessão de declarações políticas, que teve lugar esta tarde na Assembleia da República e que motivou várias questões ao Executivo de António Costa e ao Partido Socialista, o deputado do Iniciativa Liberal, Bernardo Blanco, começou por mencionar uma série de dados sobre o desempenho do Governo nos últimos anos:
“Portugal tem 4,4 milhões de pessoas na pobreza, 1,7 milhões após transferências sociais. Pelo ritmo atual, não vamos diminuir a taxa de pobreza para 10% até 2030. A primeira pergunta é: como é que pensa o PS acelerar a taxa de redução que tem acontecido para ir até aos 10%? Segunda pergunta: Portugal é o segundo país da União Europeia com mais pessoas a viver em alojamentos com más condições. Uma em cada quatro casas. O que é que o PS propõe também para reduzir este número? Em terceiro lugar, somos o quarto país com menor poder de compra na Zona Euro.”
Além do mais, completou o deputado que também quis saber como é que o Governo ia sair desta posição, “os portugueses perderam poder de compra este ano [2022]”. Verificamos se Portugal se encontra, de facto, na quarta posição no ranking de países da Zona Euro com menos poder de compra.
Os dados mais recentes reportam a 15 de dezembro, quando o Instituto Nacional de Estatística (INE) tinha publicou o boletim sobre “Paridades de Poder de Compra”, destacando então que “o Produto Interno Bruto per capita, expresso em Paridades de Poder de Compra, situou-se em 75,1% da média da União Europeia em 2021, valor inferior em 1,1 pontos percentuais (p.p.) ao registado em 2020 (76,2%). Portugal ocupava, assim, a 16.ª posição entre os 19 países da Zona Euro e a 20.ª da União Europeia“. Ou seja, a quarta pior da Zona Euro, tal como referiu Bernando Blanco.
“A Despesa de Consumo Individual per capita, que constitui um indicador mais apropriado para refletir o bem-estar das famílias, fixou-se em 83,6% da média da União Europeia, 0,3 p.p. inferior ao observado ano anterior (83,9%), ocupando a 14.ª posição na Zona Euro e a 19.ª na União Europeia”, informou o INE no mesmo boletim.
“Considerando os valores ordenados por ordem decrescente [no Gráfico 1], observa-se uma elevada dispersão do indicador de volume do PIBpc medido em PPC nos 27 Estados-membros da União Europeia. O Luxemburgo (268,5) apresenta o índice mais elevado entre os 36 países incluídos nesta análise, correspondendo a mais de duas vezes e meia a média da UE27 e quase cinco vezes superior ao da Bulgária (57,5), o país da União Europeia com o valor mais baixo“, detalha-se.
De resto, “entre os 19 Estados-membros que integram a Zona Euro, Portugal, com um índice de 75,1%, ocupava a 16.ª posição em 2021, tal como no ano anterior, abaixo de países como Espanha (83,3) Estónia (88,9) ou Lituânia (89,3) e à frente da Letónia (71,9), Eslováquia (69,4), e Grécia (63,8), por exemplo”.
_____________________________
Avaliação do Polígrafo: