A pedido de vários leitores, o Polígrafo verificou as alegações da mensagem em causa e chegou à conclusão de que são quase todas falsas, enganadoras ou infundadas.
“O vírus é fraco e não resiste ao calor”
Esta alegação tem sido insistentemente difundida nas redes sociais, mas não existe qualquer prova científica de que o coronavírus SARS-CoV-2 não resista às temperaturas mais altas. De acordo com informação divulgada pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, “ainda não se sabe se a meteorologia e a temperatura afetam ou não a propagação da Covid-19”.
“Alguns outros vírus, como aqueles que provocam a constipação comum e a gripe, propagam-se mais durante os meses frios, mas isso não quer dizer que seja impossível ficar doente com essas viroses durante outros meses. Há muito mais para aprender sobre a transmissão, gravidade e outras características associadas à Covid-19. As investigações prosseguem”, acrescenta-se no mesmo documento.
Por seu lado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) indica que “é possível apanhar Covid-19, independentemente do Sol ou do calor que se verifique”, na medida em que “também os países com temperaturas mais quentes têm casos de Covid-19 reportados”.

“A doença, vencido este prazo [5 a 6 dias], torna-se letal”
Os principais sintomas de Covid-19 registados pela Direção-Geral de Saúde (DGS) são tosse, febre, dores musculares, cefaleias, fraqueza generalizada e dificuldades respiratórias. Mas nem todas as pessoas infetadas desenvolvem tais sintomas da doença.
Segundo a DGS, “80% dos casos de COVID-19 apresentam doença ligeira, isto é, sintomas ligeiros, nomeadamente febre, rinorreia (pingo no nariz), cefaleia (dores de cabeça) e mialgias (dores no corpo). Apenas 15% dos casos apresentam um quadro grave, com pneumonia, dificuldade respiratória, como necessidade de internamento e 5% podem eventualmente precisar de cuidados intensivos com necessidade de ventilação”.
Ou seja, a doença não é fatal ao sexto dia, como se sugere na publicação. Aliás, o período de incubação da doença, desde a exposição ao vírus até aos sintomas se manifestarem, pode ir até aos 14 dias.

“O vírus fica resistente nas mãos por 10 minutos”
Neste ponto da mensagem há uma alegação verdadeira e outra falsa. Lavar as mãos frequentemente é, de facto, importante no combate à propagação da Covid-19, assim como evitar mexer na cara. Estas têm sido recomendações da OMS e da DGS desde o início da pandemia. Ao higienizar as mãos é possível evitar a propagação do vírus e a contaminação do indivíduo que acontece principalmente através dos olhos, boca e nariz.
No entanto, no que respeita ao tempo em que o vírus permanece nas mãos, a alegação é falsa ou infundada. Não existem, até à data, quaisquer dados consistentes sobre quanto tempo é que o vírus permanece viável nas mãos.

“O vírus é muito mais resistente em superfícies metálicas”
Ainda não existem informações concretas sobre quanto tempo é que o SARS-CoV-2 sobrevive em superfícies inanimadas. No entanto, segundo a DGS, “estudos recentes mostram que o SARS-CoV-2 se pode manter viável em superfícies como plástico ou metal por um período máximo de cerca de 72 horas”.
Nesse sentido, a recomendação para que evite tocar em superfícies de acesso público é correta. “Se pensa que a superfície poderá estar infetada, limpe-a com desinfetante simples para matar o vírus e proteger-se a si e aos outros”, aconselha a DGS.

“Beber água quente ou chás quentes para matar o vírus”
Manter-se hidratado é importante para o seu bem-estar e para a sua saúde, mas nem a água quente nem os chás quentes têm a capacidade de matar o coronavírus que causa a Covid-19. É uma alegação completamente falsa. Se tiver algum dos sintomas descritos anteriormente, contacte a Linha SNS 24 e siga as indicações dos profissionais de saúde.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é: