"Isto é uma loucura. Já estamos a pagar o dobro aos bancos pelas casas. Estas subidas vão criar recessão, falências e desemprego"; "A União Europeia não precisa de inimigos quando se auto-dinamita desta maneira". No "X" (antigo "Twitter"), a notícia de que o BCE optou por avançar com a décima subida consecutiva nas taxas de juro caiu como uma bomba: Christine Lagarde é o alvo mais comum, acusada de olhar para o lado no que respeita à estagnação da economia e aos problemas dos europeus.

"Estão há um ano e meio a subir juros, a inflação da Zona Euro ainda vai nos 5,3%, mas a Lagarde diz que é a última vez que o BCE aumenta os juros. Parece-me confiança a mais, especialmente com o petróleo a disparar, mas esperemos que tenham razão", pode ler-se num "tweet" publicado na madrugada desta sexta-feira, horas depois do anúncio do BCE. Será correto afirmar que os esforços do BCE têm sido infrutíferos ao nível da inflação?

Não são 18 meses, mas quase: desde julho do ano passado a taxa central principal subiu de 0% para 4,5%. "O conselho do BCE decidiu aumentar as três taxas de juro diretoras em 25 pontos base [0,25 pontos percentuais]", ou seja, "a taxa de juro das operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito serão aumentadas para 4,5%, 4,75% e 4%, respetivamente, com efeitos a partir de 20 de setembro de 2023", avançou a entidade presidida por Christine Lagarde.

Lagarde quer travar a inflação a todo o custo, mas será que está a ter sucesso? Em julho de 2022, a taxa de inflação na Zona Euro cifrou-se nos 8,9%, depois de uma trajetória ascendente que começou no início de 2021. Nos meses seguintes, continuou a crescer até ao valor recorde de 10,6% em outubro do ano passado.

Esse foi o momento de viragem para a taxa de inflação na Zona Euro, que tem estado a descer desde então: apesar disso (e de ter atingido o valor mais baixo desde janeiro de 2022 com os 5,3% em julho e agosto deste ano), a verdade é que o BCE está longe de cumprir o seu objetivo de 2% neste indicador.

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